CRÔNICA GUARANI: Mais empatia, por favor!

Colocar-se no lugar do outro é o princípio da empatia. Ou também, como dizia minha mãe em sua humana sabedoria: “não faça com o outro aquilo que não gostaria que fizessem com você”. Infelizmente, atitudes cada vez mais raras. E é essa constante desumanização social que me fez rabiscar a crônica deste domingo. Recentemente, o dia já começava a juntar suas tralhas para se recolher quando a chuva chegou – de repente – de pingos em riste e dominou todo o ambiente.
Sentado no Salão de Beleza da minha esposa (quase esquina da Barão com Rosalino Lino – próximo ao Supermercado Santa Rita), eu fiquei a observar o asfalto se afogar nas águas recém chegadas e que iam invadindo todos os caminhos. E nesses caminhos, já avizinhados com o frio, é que ficaram escancarados que o ser humano dificilmente se coloca no lugar do outro. Para os motoristas, todo o resto para fora dos veículos era um mundo invisível e à prova d ‘água.
Na rua totalmente alagada, em que casacos já pediam passagem, os carros, motos e bicicletas se cruzavam em ritmo de mais um fim de dia. No entanto, os que tentavam desviar das águas que as nuvens mandavam, eram sumariamente banhados pelas águas que os carros apressados e antipáticos lhes devolviam sem o menor constrangimento. E assim seguiram-se incontáveis minutos, inúmeros veículos, raríssimas freadas e quase nenhuma empatia. Foram cenas tristes.
O tráfego apressado e sem sentimentos me deixou a pensar que talvez – no futuro – carros equipados com sensor – pelo menos – de bom senso poderiam amenizar esse nosso mundo em que cada vez mais, menos se olha no outro. Porém, não há outra solução que não passe pela educação, pelo ensinar as nossas crianças a amar e respeitar o outro, seja ele de outra raça, outro credo ou outra classe social. Independente dele andar a pé, de carro, moto ou bicicleta. E saibam se perguntar, e se fosse comigo?
Texto : Josyel Carvalho