PAPAI NOEL BELA-VISTENSE! -por Josyel Carvalho

Como o tempo na Princesa do Apa não respeita o relógio mundial, Papai Noel desta vez resolveu visitar primeiro este chão fronteiriço. E já que em Bela Vista tudo é diferente, o bom velhinho também resolveu inovar; chegou na cidade pela nossa veia maior, o rio Apa. Em vez de trenó, um barco; e no lugar das renas, chegou puxado por nossos peixes que nem existem mais. E anunciou que ali mesmo deixaria seu primeiro presente: uma tonelada de respeito ao meio ambiente. Achei justo!

 

Desembarcou na Praia do Pompilho, onde deixou centenas de frascos de óleo de Peroba, cada um deles acompanhado de um ‘Certificado de Desdém’. Não identificou os presenteados, apenas pediu que cada um pegasse o seu. Até ontem, os frascos ainda estavam todos lá!

 

Já em terra firme, guampa de Tereré e garrafa de água gelada em mãos, subiu na carroça que o aguardava e partiu terminar suas entregas. Subiu apenas dois quarteirões e já estava no Centro Velho. Parou na Praça Álvaro Mascarenhas, olhou dos lados, contemplou a arquitetura, sorriu, fixou olhar em um prédio de esquina e lamentou: “Deixei todo o óleo de peroba lá embaixo!”. Porém, mexeu, vasculhou sua sacola e deixou por ali alguns kits denominados ‘Honra ao bigode’, composto por uma caneta, uma cápsula de coerência e um milheiro de palavras certas. Os três só funcionam juntos.

 

Seguiu, agora para outros pontos do município. Andou por bairros e avenidas distribuindo aspiradores de descasos, apagadores de omissões, alongadores de saudades; alguns carrinhos de controle afetivos; raquetes com bolinhas de abraços e respeito. Pensou em distribuir sobrenomes, mas logo se atentou que eles já eram muitos ali; então, foi mais prático e presenteou a cidade com uma máquina de fabricar atitudes.

 

Antes de partir, Noel se dirigiu a Rua Santo Afonso, entre Prefeitura e a Igreja. A sua frente o Quartel; aos militares agradeceu a proteção e a participação na história. Para a Prefeitura deixou um pacote de boa sorte, completou o estoque de boa vontade e coragem. Saiu para o último percurso, aonde ainda distribuiu encurtadores de distâncias e bolas coloridas cheias de paz e felicidades, para que elas pudessem chegar aos pés de todo cidadão bela-vistense.

 

E antes que esquecesse, embrulhou uma infinidade de ampolas de diálogos, perdão, solidariedade e tolerância. Recomendou vacinação em massa!! Na despedida elogiou nosso pôr do sol, nosso lindo horizonte e deixou um recado: ‘Vocês têm uma BELA VISTA; então cuidem enquanto ainda há tempo, afinal um dia pode ser que PAPAI NOEL nem exista mais!!! (Josyel Ribeiro Carvalho)