Saiba como grávidas podem driblar a falta de repelentes nas farmácias

A ligação do Zika Vírus com a microcefalia em bebês gerou uma corrida frenética de grávidas para a compra de repelentes. Em Campo Grande, o item de proteção mais recomendado por médicos acabou nos estoques das farmácias, principalmente as que pertencem a redes e as localizadas na região central da cidade.

Por conta disso, o Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF-MS) fez recomendações para evitar que grávidas fiquem sem o repelente ou acabem usando um tipo de proteção que não seja o mais recomendado para elas.

Segundo a diretora do CRF-MS e presidente eleita, Kelle de Cássia Luz Slavec, as mulheres que esperam bebês não devem ficar presas a um só tipo de marca de repelente. Segundo ela, são quatro laboratórios no país que produzem esse tipo de item a base de citronela, que é o mais recomendado.

“As pessoas precisam ter uma certa consciência. A grávida deve procurar aqueles repelentes que são feitos a base de citronela. Essa orientação o farmacêutico pode fazer e as pessoas devem perguntar”, disse Slavec.

A farmacêutica ainda indicou que há uma loção que pode ser utilizada quando não há opção do spray. “É uma loção anti-mosquito, produzida por um laboratório famoso e recomendado para bebês. Por isso, pode ser muito eficaz para grávidas também”, disse.

A presidente eleita do CRF-MS confirmou que há uma falta de repelentes em grandes redes e em lojas da região central de Campo Grande, mas somente dos tipos que oferecem proteção que chega a 10 horas. “Recebi ligação de colegas informando que esses mais específicos estão em falta e não se sabe quando vão chegar. Houve um alarme e grávidas foram às farmácias e compraram estoques inteiros”, informou.

DIVERSIFICAR PROCURA

Como boa parte dessa procura por repelentes concentrou-se em apenas uma região de Campo Grande, a diretora do CRF-MS e presidente eleita, Kelle de Cássia Luz Slavec, explicou que as farmácias de bairros estão com estoques do produto.

Somente na Capital, existem entre 400 e 450 farmácias. “As empresas localizadas nos bairros não sofreram essa procura em massa como foi registrado no centro. Quem não está encontrando, deve procurar essas alternativas”, disse Slavec.

Os preços também devem sofrer alteração. Neste caso, o CRF-MS não tem como agir para inibir possíveis abusos. Reclamações sobre valores devem ser direcionadas ao Procon.

Conforme informado pelo conselho, os preços dos repelentes antes da procura em massa variavam entre R$ 15 e R$ 30. Nesta semana, há registro que alguns produtos específicos chegam a custar R$ 58.

“Há receitas caseiras que também ajudam para o caso de evitar o mosquito em casa. A tradicional receita de usar o sal, limão e cravo na residência ajuda a inibir o transmissor e pode ser usado seguramente”, recomendou a farmacêutica.

ISENÇÃO FISCAL

Na terça-feira (8), foi apresentado na Assembleia Legislativa projeto de lei para retirar a classificação de cosmético de repelentes e inserir o produto como medicamento. Essa mudança garante isenção ou redução de impostos.

A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Angelo Guerreiro (PSDB) e precisa ser aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e em comissões de mérito para seguir ao plenário.

“Um vidrinho com repelente dos tipos Ethyl butylacetylaminoproprionate (EBAAP) e Dietiltoluamida (DEET), específicos para gestantes, com apenas 100 ml, está em torno de R$ 45,00, graças aos impostos, e isso torna a aquisição impossível para as famílias de baixa renda, que precisam buscar produtos mais baratos e nocivos à condição de gestante”, disse o deputado, via assessoria de imprensa.