Réu na Omertà que teria negociado armas para o PCC no RJ ganha liberdade

Negociação foi identificada em conversas no celular

lizados. Conforme a peça, é alegado que Davison não tem envolvimento com o crime em questão e é feito pedido de liberdade provisória, com substituição por medidas cautelares.

Em decisão, o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, esclarece que o réu foi denunciado por compor o núcleo de apoiadores da organização criminosa, ou seja, sem posição de destaque ou posição privilegiada na hierarquia. Ele também não teria exercido ações violentas nem demonstra risco à instrução criminal.

Conforme o magistrado, Davison é réu primário, tem bons antecedentes, trabalho lícito e residência fixa. Assim, a manutenção da prisão preventiva se mostrou, atualmente, desnecessária. Foi determinada pelo juiz a liberdade provisória, mediante monitoramento por tornozeleira eletrônica.

O réu também deve comparecer periodicamente em juízo, não pode mudar de residência sem prévia comunicação ao juízo e nem se ausentar da comarca sem prévia autorização. Ele deverá cumprir recolhimento domiciliar e está proibido de manter contato com qualquer testemunha ou corréu do processo.

Negociação de armas

Segundo o documento do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), perícia no celular de Davison apontou conversa em que ele negocia a venda de armas para o Rio de Janeiro. Na ocasião, ele diz em um grupo do WhatsApp que é de Campo Grande e usa a sigla “1533”, referente à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Assim, começa a conversa com uma pessoa do Rio de Janeiro e fala sobre um fuzil 7.62. Além disso, afirma que comprava as armas em Ponta Porã e que venderia para qualquer região do Brasil. Também segundo Davison, cada armamento custaria entre R$ 15 e R$ 40 mil para chegar ao Rio.

Ainda conforme o Gaeco, Davison ostentava as armas ilegais, com fotos que enviava pelas redes sociais. As imagens também foram anexadas aos laudos da perícia. Além disso, logo após a segunda fase da Omertà, Davison troca mensagens com uma pessoa e fala que Lukinhas (Lucas Silva Costa) tinha sido um dos alvos.

Por fim, alega que a polícia não encontrou as armas dele e que a pessoa “não precisava esquentar”. Davison foi denunciado e se tornou réu por tráfico de armas.

Armagedom

O objetivo da terceira fase da Omertà foi de desbaratar organização criminosa atuante em Mato Grosso do Sul, especialmente na região de fronteira, dedicada à prática dos mais variados crimes. Segundo o Gaeco, são crimes como tráfico de armas, homicídios, corrupção e lavagem de dinheiro.

Com isso, naquele 18 de junho foram cumpridos pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro), com apoio do Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e GPA (Grupo de Policiamento Aéreo) 18 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de prisão temporária. Também houveram 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Ivinhema e, com o apoio do Gaeco de São Paulo, em Peruíbe.

Fonte: midiamax