População de Sidrolândia sofre com falta de água, calor e tempo seco

Moradores de Sidrolândia estão tendo que se virar “nos 30” para se adaptarem a  falta de água, que já dura pelo menos dez dias na cidade. O problema agrava a estiagem no município, onde a população de 38 mil habitantes sofre com o forte calor, em torno de 33º C, e a baixa umidade relativa do ar, de 23% nesta quinta-feira (1).

 

O problema começou no dia 21 de julho, depois que a bomba do poço, que é responsável por 60% do abastecimento de água do município, queimou. Segundo moradores, a Sanesul só identificou a falha três dias depois. A empresa foi até o local e fez a substituição por uma bomba de 185 metros cúbicos, que também apresentou problema e fez com que a água saísse misturada com areia. A equipe da Sanesul voltou ao local e o serviço só foi restabeleceu às 21h de ontem.

 

Segundo o supervisor de unidade da empresa, Marcelo Piell Martins, durante esse período, a concessionária fez “rodízios” para não deixar ninguém sem água. “Tivemos que usar caminhões pipas em bairros onde a água não tinha pressão suficiente para chegar”, explica.

 

No entanto, depois que o impasse foi resolvido, a prefeitura de Sidrolândia autorizou a perfuração de mais um poço, que já estava previsto no pacote de obras da cidade. Os trabalhos, segundo a Sanesul, devem durar pelo menos 30 dias e o abastecimento de água vai ficar novamente prejudicado, das 21h até as 5h.

 

“Algumas casas podem até ter água, mas não vai ser suficiente para subir no reservatório. Principalmente nas regiões mais altas da cidade, como São Bento, Jandaia, Santa Marta e Jardim do Sul”, explicou o supervisor.

 

Babá diz que ão acha justo, porque paga pelo serviço. (Foto: Marcos Ermínio)

Babá diz que ão acha justo, porque paga pelo serviço. (Foto: Marcos Ermínio)

Pedreiros afirmam que obra pode ficar prejudicada. (Foto: Marcos Ermínio)

Pedreiros afirmam que obra pode ficar prejudicada. (Foto: Marcos Ermínio)

Com temperatura de 33 graus e umidade relativa do ar extremamente baixa, na casa dos 23%, moradores da região reclamam da situação.

 

“Tá difícil hem. Quem não tem caixa d’água fica sem água de vez! No meu serviço, fico controlando, separo algumas vasilhas para uso pessoal. Engraçado que quando é pra cortar, eles não querem nem saber.” diz a babá, Thays Leite, 25 anos.

 

“Todos os dias a água acaba às 10h e só volta às 15h. E isso já dura duas semanas”, diz a costureira, Luci Ferrato, 56 anos.

 

Para quem precisa trabalhar com a água, os trabalhos poderão ser prejudicados. “Estamos na etapa de amadeiramento, por enquanto a água não está fazendo falta. Mas daqui uns dias, se o desabastecimento continuar, tem gente que vai ter que parar a obra”, explicou o pedreiro Edmar Sales, 44 anos.