Pego de surpresa, Andrés diz que tinha acordo verbal com a Caixa

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira, no CT Joaquim Grava, para esclarecer a polêmica situação entre o clube e a Caixa Econômica Federal. Após a empresa estatal comunicar que executará a dívida pertencente ao Timão relativa à construção de sua arena, o mandatário do clube admitiu ter se surpreendido com o posicionamento do banco.

“O Corinthians nunca negou a dívida, nunca deixou de pagar. Tinha um acordo apalavrado com a diretoria da Caixa, por quatro meses pagávamos menos, e nos outros oito meses pagávamos mais. Por esse acordo, estamos devendo dois meses. Sem esse acordo, estamos devendo desde março, abril. Essa dívida de R$ 470 milhões ou R$ 520 milhões é o que o Corinthians deve e o que vai pagar. A gente também tem que chamar a Caixa para responder se vamos responder judicialmente”, afirmou o presidente corintiano.

A Caixa Econômica Federal atuou como uma espécie de agente financeiro no empréstimo de R$ 400 milhões junto ao BNDES para que a Arena Corinthians fosse construída para a Copa do Mundo. Desse valor, R$ 170 milhões já foram pagos pelo Timão, entretanto, por conta dos juros e correções, a dívida atual é de R$ 487 milhões.

“Estamos abertos a negociar, nunca deixamos de falar com a Caixa. Fomos pegos de surpresa, assustados com essa atitude, até porque isso não é normal no mercado. Nunca deixamos de pagar, estranhamos. Vamos responder semana que vem judicialmente isso aí. Estamos abertos para qualquer tipo de negociação com a Caixa”, prosseguiu Andrés, deixando claro que prefere evitar resolver a situação na Justiça.

O presidente do Corinthians afirmou que tinha um acordo apalavrado com a Caixa, mas, por conta de mudanças de comando, o banco estatal aparentemente não reconhece esse suposto acordo, em que haveria uma tolerância em relação aos dividendos nos meses em que o Timão não disputasse campeonatos ou que então recebesse pouco público, como nas primeiras rodadas do Paulistão e também na Copa América, em que a renda dos jogos foi para os bolsos da Conmebol.

“Desde que assumi, pagamos quase R$ 80 milhões, pedimos permissão da Caixa para aceitarmos a Copa América, a Caixa liberou a Copa América, ficamos quase 40 dias sem receita e mesmo assim estamos pagando e cumprindo com nossos compromissos”, pontuou.

“Estava apalavrado que em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro a gente pagaria R$ 2,5 milhões. No restante, pagaríamos R$ 5,7 milhões e a diferença ficava para o final do financiamento. Mudou a direção [do banco] e fomos pegos de surpresa”, concluiu.