Menina abusada por “tio”, é obrigada a conviver com o homem, mesmo com medida protetiva

Uma adolescente de 13 que teve um filho de um abuso sexual cometido pelo tio em novembro de 2020, está sendo obrigada a conviver com o possível autor do crime, em uma aldeia de Aquidauana.

De acordo com Joilce Silveira Ramos, delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), após o crime, um juiz da região indeferiu o pedido de prisão do suspeito, dando à vítima apenas uma medida protetiva para ela, o bebê e à família.

De acordo com a delegada, agora chegaram denúncias anônimas por meio da imprensa dizendo que o homem teria livre acesso para chegar próximo da vítima e do bebê, “ele trata a criança como filho, segundo as informações que nós recebemos ele compra fraldas, sustenta toda família, já que a avó e a tia não têm condições financeiras”, conta Joilce que disse que irá ao local verificar a situação atual.

Ao Pantaneiro a delegada conta que esse é um dos casos que mais a chocou em toda sua carreira “Isso é um absurdo, esse homem deveria estar preso. Ele é literalmente um réu confesso”, afirmou.

Na época, antes dos pedidos de prisões, em entrevista à psicóloga a criança teria contado com detalhes o que o ocorreu no dia que foi abusada, e após descobrir a gravidez contou que tia, teria lhe dado um chá abortivo para o bebê não nascer. Em outra entrevista ela entrou em contradição dizendo que o chá não era para abortar.

Conforme Joilce, na ocasião o homem pediu desculpas para a esposa pelo ocorrido e após isso estaria tudo bem, e vivendo em harmonia. “eles não têm filhos, então estão criando a bebê como se fossem deles”, afirmou.

Além da prisão do tio por estupro de vulnerável, na época foi pedido também a prisão da tia da menina por aborto na forma tentada.

Conforme informações a criança foi morar com a tia após a mãe da vítima morrer. A tia de sangue é casada com o suspeito dos abusos.

Agora a delegada irá até a Aldeia para saber como está a situação, e se as informações passadas em denuncias pela imprensa são verídicas ou não.

O Pantaneiro entrou em contato com o Conselho tutelar da região, para saber quais medidas serão tomadas em relação à adolescente e o filho, em resposta a conselheira disse que estava indo para a aldeia e que só se manifestaria por meio de nota oficial. 

Por – Opantaneiro