Justiça manda 80% dos professores da Capital voltarem às salas de aula sob pena de multa

Os professores de Campo Grande deverão voltar às salas de aula em até 24 horas, sob pena de multa, segundo decisão da Justiça desta quinta-feira (13). A decisão é do desembargador Romero Osme Dias Lopes, que concedeu parcialmente a antecipação de tutela pedida pelo município de Campo Grande, para determinar a manutenção de 80% dos trabalhadores na área de educação da Capital. A multa é de R$ 25 mil por dia de descumprimento da liminar.

Conforme nota publicada no site do TJ MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), a decisão tem efeito imediato e o objetivo de evitar prejuízos no ano letivo de 2014. A ação declaratória de ilegalidade e abusividade de greve foi ajuizada pelo Município, com pedido de tutela antecipada, na tarde da quarta-feira (12), contra o ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública).

De acordo com o processo, o sindicato encaminhou ofício ao gabinete do prefeito Gilmar Olarte, informando que foram rejeitadas as propostas de reajuste salarial apresentadas, deflagrando a paralisação dos professores no último dia 6. Na ação, o município defendeu que o movimento grevista é ilegal por ser serviço que não pode ser interrompido, além de violar os requisitos formais de validade da greve, nos termos da Lei Federal nº 7.783/89.

O município requereu a tutela antecipada para a suspensão da greve, fixando em R$ 25 mil diários a pena de multa por descumprimento da decisão. No mérito, pediu a procedência da ação para tornar definitiva a liminar concedida, com a declaração de ilegalidade e abusividade da greve deflagrada pelo Sindicato.

Para o desembargador, embora seja assegurado o direito de greve aos servidores, deve-se analisá-lo em confronto com o direito fundamental à educação, a fim de afastar eventual abusividade e garantir a harmonia entre os direitos protegidos.

Ele ainda apontou que não foram respeitados os prazos exigidos de notificação ao Executivo e aos usuários, não havendo ainda previsão para término da greve nem a fixação de percentual mínimo da categoria para permanecer no atendimento.