Gruta do Lago Azul está entre as 25 maiores atrações turísticas do Brasil

Uma atração de renome internacional, de potencial comparável turístico ao Cristo Redentor, às Cataratas do Iguaçu ou aos Lençóis Maranhenses, volta a ser visitada por turistas do mundo inteiro nessa quinta-feira (18), depois de permanecer exatamente um ano fechada para público (18/03/2020) em virtude de diferentes fatores, predominando os efeitos da pandemia mundial da Covid-19.

A afirmação acima não tem qualquer pretenciosismo. Se você não acredita que a Gruta do Lago Azul é a 19ª atração mais procurada no Brasil entre as 25 mais famosas, confira no link: https://magazine.zarpo.com.br/famosos-pontos-turisticos-do-brasil/

Obviamente que há gargalos que afastam esse monumento natural do topo da cadeia, entre eles o restrito acesso aéreo (hoje há apenas três voos semanais, às quartas, sábados e domingos – 1 voo diário) e os impedimentos a visitantes com limitações de mobilidade, como idosos, cadeirantes, ou para os “baixinhos” com até cinco anos de idade. Isso restringe o seu leque de visitantes. Mas, para quem se aventura o resultado é realmente surpreendente.

BIOSSEGURANÇA

Agora, com extremas medidas de biossegurança e protocolos que limitam as visitações, a caverna volta a receber turistas diariamente, em grupos de, no máximo, 9 pessoas, necessariamente com pré-agendamentos (feitos pelas agências de viagens).

Além disso, a cidade vive uma fase de avanço incontestável no combate à Covid-19, alcançando um índice mínimo de contaminação e, hoje, com zero óbitos há mais de um mês. É de se destacar que Bonito conquistou o selo internacional de turismo seguro ‘Safe Travels’, criado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC – World Travel & Tourism Council) e que é destinado às regiões que têm adotado os melhores protocolos de biossegurança de prevenção ao novo coronavírus.

TARIFAS

As novas regras de comercialização do atrativo e o tarifário, válido até (15) de dezembro de 2021 estipulam o valor do passeio na Gruta do Lago Azul que varia de R$ 90,00 por pessoa, na baixa temporada, e R$ 130,00 na alta temporada. Os recursos decorrentes das tarifas têm destino definido, entre apólices de seguros e o Fundo Municipal de Turismo, acompanhe do quadro anexo.

A GRUTA

A caverna possui em seu interior um lago subterrâneo que adquire a cor azul intensa sob incidência dos raios solares. Descoberta em 1924 por um índio Terena a Gruta do Lago Azul é uma das mais importantes cavernas do patrimônio espeleológico nacional e um dos mais acessados atrativos naturais de Mato Grosso do Sul. O excepcional valor paisagístico, foi motivo para seu tombamento pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1978.

Além da inusitada paisagem subterrânea, a caverna apresenta concentração de fósseis de mamíferos pleistocênicos (cerca de 500 a 1 bilhão de anos atrás) e conjunto de minerais raros, na forma de frágeis aglomerados, também local da presença de crustáceos endêmicos que habitam o lago subterrâneo.

Em 1990 foi descoberto e descrito o crustáceo Potiicoara Brasiliensis, a primeira espécie endêmica de cavernas da Serra da Bodoquena.  Os mergulhos de exploração começaram a ser realizados em 1992 com a Expedição Franco-Brasileira de espeleomergulhadores, que encontrou uma série de fósseis de mamíferos (mamutes, tigres-dentes-de-sabre e preguiças gigantes) que viveram durante o período geológico do Pleistoceno (2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás). Após essas descobertas, o acesso ao lago ficou restrito.

Em 2015 uma Expedição foi realizada na Gruta do Lago Azul, envolvendo uma equipe de mergulhadores, fotógrafos, cinegrafistas, jornalistas e pesquisadores. Os mergulhos de exploração realizados até o momento chegaram há uma profundidade de 96 metros. Ninguém jamais chegou ao fundo do lago.

A VISITA

A Gruta do Lago Azul fica a 20 km do centro de Bonito. No local há um quiosque de recepção, onde são formados os grupos de 9 pessoas cada. Antes de começar o passeio, os visitantes recebem orientações de um guia cadastrado pela Embratur, sobre procedimentos, segurança e restrições, além de contar um pouco da história do lugar e curiosidades da gruta.

Para fazer o passeio é obrigatório o uso de calçados fechados e com boa aderência. Além disso, eles fornecem capacetes, com uma toquinha de pano para colocar por baixo, como uma medida de segurança dentro da gruta.

O passeio dura cerca de 1h30min. Depois de devidamente equipados, os visitantes percorrem a trilha para a gruta. A primeira parte, que leva até o portão para descer a escadaria, é bem fácil. São aproximadamente 300 metros de trilha num terreno de cascalho. Ao longo do caminho o guia vai passando informações sobre a vegetação do local e curiosidades sobre algumas árvores.

No portão, outro protocolo de biossegurança: totem com álcool em gel para as mãos e tapetes anticovid para os calçados.

Depois de 5 minutinhos de caminhada, chega-se até o início da escadaria que leva até o fundo da gruta. Para você ter uma ideia, são 100 metros de descida em 45 graus. A escada tem 300 degraus, o equivalente a um prédio de 12 andares.

Logo na entrada é possível visualizar estalagmites e estalactites de perto. São muitos que existem por lá e só de pensar que eles levam milhões de anos para se formar, já mostra que lá é um lugar único e de tirar o fôlego.

A escada é toda de pedras e possui corrimão, o que facilita o acesso para pessoas de todas as idades. Só há uma ressalva: quem tiver problemas de joelho, pode ter dificuldades.

Com pouco tempo de descida, é possível ver o azul do lago de longe, e já dá pra ter uma noção de quão bonita é a gruta.

Conforme se aproxima do Lago Azul, dá para ver toda a beleza do lugar. A cor da água, um azul bem escuro que logo chama a atenção. Na verdade, o tom azul é devido aos minerais que existem no fundo, principalmente o calcário, a água é cristalina mesmo. Dizem que a água do lago vem de um rio subterrâneo.

Quando se chega pertinho do lago, fica-se encantado e a primeira reação é a de tirar fotos incríveis. Porém, dentro da gruta é muito escuro, o que dificulta demais tirar uma boa foto do lugar. Antes de ir, estude bem a sua câmera e veja qual a melhor configuração para tirar esse tipo de foto.

Dizem que pra descer, todo santo ajuda. Depois de contemplada toda essa beleza, você vai precisar subir todos os 300 degraus (sensação de 500) para ir embora. Tem que ter fôlego e perna! A dica é ir subindo bem devagar, parando pra descansar e ainda aproveitar a paisagem. Vale a pena. Aventure-se.

(Edmondo Tazza – MTE/MS 1266) – jornalestadodopantanal