Fronteira vive ‘calma momentânea’ e clima de alerta para novas execuções

Entre 15 e 20 pessoas estariam marcadas para morrer

O clima na região sul-mato-grossense de fronteira entre o Brasil e o Paraguai continua tenso para quem lida com a ordem pública e para a bandidagem. Enquanto a maioria da população, que não tem envolvimento direto com as atividades ilícitas comuns na região, toca a vida na normalidade possível, narcoempresários, políticos e servidores da segurança estão na expectativa de mais mortes.

O principal jornal do Paraguai, ABC Color, publicou na terça-feira (19) uma série de reportagens sobre a situação em Pedro Juan Caballero após o assassinato de Jorge Rafaat Tounami, narcotraficante conhecido como “Rei da Fronteira” que foi morto no dia 15 de junho em uma emboscada cinematográfica. A publicação denunciou uma “calmaria tensa” que pode preceder novos ataques e execuções na região. Contudo, foi contestada por autoridades locais, que a criticaram por noticiar um “inferno” inexistente na cidade.

Segundo o jornal paraguaio, existem de 15 a 20 pessoas marcadas para morrer na fronteira seca com Ponta Porã, município sul-mato-grossense a 313 de Campo Grande. Elas só não foram executadas ainda porque os chefes do crime decidiram esperar até que diminua a grande atenção pública direcionada à região depois do assassinato de Rafaat, que teve a utilização de metralhadora antiaérea .50 instalada numa caminhonete.

A publicação diz que a vida em Pedro Juan Caballero voltou a normalidade, mas continua um clima de tensa calmaria a espera de novos ataques. Ela cita uma fonte do submundo do crime segundo a qual ainda deverá começar uma “limpeza sangrenta” na região com assassinatos de colaboradores, pistoleiros e contatos dos ex-chefes do narcotráfico na região.

O objetivo dessas ações, conforme o ABC Color, é apoderar-se do lucrativo esquema de tráfico internacional de drogas antes comandado por Rafaat, chefão do esquema morto numa operação que custou, segundo a imprensa do país vizinho, US$ 1 milhão. Esse valor utilizado na organização do ataque é classificado como irrisório diante dos US$ 3 milhões mensais que geraria o narcotráfico na fronteira, segundo a publicação.

Ainda de acordo com o jornal paraguaio, as forças policiais enviadas para reforçar a segurança em Pedro Juan Caballero após o assassinato de Rafaat já deixaram a cidade. Seria essa lacuna da segurança pública a responsável por possibilitar aos criminosos novos ataques mortais na região.

Contudo, numa das publicações feitas ontem o ABC Color cita o intendente de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, que garantiu plena normalidade no ambiente local e questionou a publicação por apresentar a situação da fronteira como um inferno.

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