Flamengo na raiz, Vitinho prevê mobilização de Copa do Mundo na final com River: “Dia fantástico”

Rubro-Negro desde a infância, jogador sonha com a conquista do título e imagina festa em sua comunidade no Rio. Em entrevista, ele diz que Jorge Jesus o fez desfrutar mais de jogar

Cria da comunidade do Alemão, no Rio de Janeiro, Vitinho desde pequeno viu no futebol sua chance de vencer na vida. De preferência em seu clube do coração, o Flamengo. Os caminhos da bola fizeram com que o sonho, depois de algumas voltas, se realizasse. Agora, ele tem a chance de participar de um dos momentos mais vitoriosos do Rubro-Negro, que tem boa vantagem na liderança do Brasileiro e daqui a uma semana disputa a final da Libertadores, contra o River Plate, no Peru.

Para satisfação da torcida, há a chance de os títulos serem conquistados em um intervalo bem pequeno de tempo. No Alemão, haverá uma torcida especial, dos que viram Vitinho crescer. Para o jogador, um título do Flamengo na Libertadores teria uma mobilização vista apenas em momentos como a conquista do Brasil em uma Copa.

– Essas coisas quando acontecem acho que seria como o Brasil campeão do mundo em 2002. Especial. Um dia fantástico. Não conseguimos mensurar, só sentir. A final vai ser um momento especial para mim e para todos que me viram crescer, que participaram da minha vida – disse o camisa 11.

Se vai ter “festa na favela”, como a torcida gosta de gritar nas arquibancadas, só o tempo dirá.
Em entrevista, Vitinho comentou sobre a expectativa para esta reta final da temporada e sobre fazer parte deste elenco. Apoiado por Jorge Jesus para “desfrutar mais”, ele afirmou que deseja lutar para ser titular, mas que considera justo o posto de 12º jogador.

O atleta tem dado sua contribuição, como na última rodada do Brasileiro, quando entrou no segundo tempo e se destacou no empate em 4 a 4 com o Vasco.

Confira a entrevista com Vitinho:
GloboEsporte: Alguns jogadores deste elenco são rubro-negros desde a infância, mas não fizeram a base no clube e só encontraram o Flamengo recentemente, como você, Filipe Luís, Gerson… Acredita que para vocês é uma sensação diferente ter a chance de proporcionar um dos anos mais vitoriosos da história?

Vitinho: É o sentimento que está nos movendo. A cada dia que venho treinar, penso nisso. Nosso clube, nossa paixão. Cada dia é por isso. Ficar marcado na história não tem preço. Com certeza tem muita coisa boa esse ano para nós.
Te incomoda ser uma espécie de 12º jogador deste time?

Não me incomoda, mas o meu eu quer ser lembrado, quer estar entre os 11 titulares. Trabalho diariamente para isso e tenho certeza que terei bons momentos ainda.

Diante do bom desempenho da equipe, acredita que é justo você ser reserva?

Com certeza. É justo. O Arrasca e o Everton têm tido um desempenho excepcional. O Arrasca é um jogador que faz gol, dá assistência, é um dos artilheiros… Joga na mesma função que eu. O Everton é quem leva nosso jogo, é quem nos leva para frente. Estão em grande fase. Acho justo e trabalho para estar no mesmo nível que eles para causar dor de cabeça no mister.

Qual a avaliação que faz de sua trajetória no clube até agora? Havia uma expectativa grande, mas você passou por altos e baixos. Acredita que conseguiu conquistar a confiança de todos?

Cheguei com muita expectativa. Fiquei muito feliz de ter realizado um sonho. Queria trazer grandes feitos para mim e para o Flamengo. Em alguns momentos, isso não aconteceu. Houve uma demonstração… eventos ruins. Mas trabalhei diariamente para inverter essa situação. Tenho atingido minhas pequenas metas diárias para ganhar confiança e dar ao Flamengo tudo que espera de mim.

A experiência de trabalhar com o técnico Jorge Jesus te contribui em quais aspectos?

Aprendi muita coisa. Me sinto mais experiente e maduro. Acho que evoluí muito com o que ele passou. Taticamente, muito. Até pelo estilo diferente que ele trouxe para o Brasil. Para mim o diferencial foi o posicionamento defensivo.

Como são as conversas que ele tem diretamente com você? Qual a principal orientação?

Ele conversou comigo diversas vezes. Pede que eu não me preocupe com as coisas. Vê que eu quero sempre fazer as coisas certo, e muitas vezes isso me dá ansiedade. Muita vontade de fazer as coisas e não desfrutar. Toda vez que conversa comigo manda desfrutar, jogar tranquilo. Tenho treinado assim, e nos jogos tem me ajudado também. Tenho ajudado, participado. Estou mais confiante para fazer o que vim fazer no Flamengo.
Concorda com quem aponta o Flamengo como o time com mais estilo europeu do Brasil?

Concordo. A experiência de todos que chegaram da Europa, a técnica brasileira e a intensidade do mister, isso tem sido uma demonstração para todos. Somos diferentes de todos os outros times do Brasil. A intensidade, volume de jogo, o tanto que criamos de jogadas…

Qual sua análise do River Plate, rival da final da Libertadores?

É um time de tradição, com bons feitos na Libertadores. Ganhou dois títulos em três anos. Muito forte. Acompanhamos o jogo contra o Boca. Joga com a bola, tem uma intensidade grande, marca muito bem… Tenho certeza de que vai ser uma grande final, porque são duas grandes equipes.

Já dá para ter saudade desse momento que o Flamengo vive?

Isso é um sentimento muito bom. A gente torce para que não acabe. Se parar para refletir, é um dos prazeres que vou levar para minha vida ter participado desse grupo. Às vezes nem dá vontade de pensar (risos). Quero aproveitar.

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