Família de Airyfer rompe silêncio e relata relacionamento abusivo praticado há ano

Opantaneiro

A família de Airyfer Castro Elias, 22 anos, assassinada a facadas pelo ex-marido Edmauro Gamarra Vieira, 30, rompeu silêncio e, por meio de nota publicada nas redes sociais, relatou relacionamento abusivo por parte do autor. No desabafo, também lamentaram a morte de Igor Quintana Figueiredo de Alcântara, 21, namorado que dormia com Airyfer durante o ataque. O rapaz era, segundo eles, a razão do reencontro da jovem com a felicidade.

De acordo com os familiares, Airyfer sempre foi amada por todos, meiga, educada, prestativa e de personalidade definida. Sua maior infelicidade foi conhecer Edmauro aos 13 anos de idade, passando a ser vítima de relacionamento violento, possessivo e destrutivo. “Era impedida de estudar e de se relacionar socialmente não estando na presença do referido [Edmauro]”, lê-se em trecho da nota.

Os casos de agressão tiveram início em 2012, quanto a jovem estava grávida da primeira filha do casal. Apesar da violência, o casal reatou sob a promessa de que Edmauro mudaria seu comportamento, principalmente porque tinham uma filha para cuidar. Porém, em 2014 ele voltou a agredi-la. “Com o passar dos anos vai aumentando o estado descontrolado deste monstro, como se comprova comprova nos boletins de ocorrência e medidas protetivas”.

Rompimento

No ano passado, não aguentando mais os abusos, já que além de agredi-la, Edmauro também estava envolvido com drogas, Airyfer se separou e voltou a morar com a mãe, oportunidade em que conheceu Igor. “Voltamos a ver o sorriso largo desta menina-mulher em junho do referido ano. Começa-se então o auge do estado psicótico de Edmauro com pressões de presenças não consentidas e usando o amor da filha para se aproximar de Airyfer. Toda família a alerta sobre o monstro”.

Como já noticiado, na madrugada do último sábado, enquanto Airyfer e Igor dormiam, Edmauro invadiu a residência e esfaqueou os dois até a morte, por ciúmes. Mais tarde se apresentou e encontra-se preso. Ainda de acordo com a família, a jovem foi “morta outras” vezes quando divulgaram fotos dos corpos, quando parte da imprensa invadiu a casa sem autorização para fotografar o local e quando expuseram a filha.

“Nana tinha sangue indígena nas veias; guerreira, destemida e decidida e suas últimas palavras foram: É sua estrada, só sua! Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você!” e ela apostou na felicidade!! Respeitemos a imagem desta guerreira menina-mulher e a dor dos familiares. Deus há de fazer Justiça!”, pontua a família, fazendo protesto também pelo fim da violência contra a mulher.

Colaborou Luiz Guido Jr.