Estudo aponta quais clubes mais utilizaram a base nos cinco últimos anos: Santos, Athletico e Flu lideram

Seja por melhoria técnica, filosofia de desenvolvimento ou necessidade financeira, a utilização de atletas da base é vista como algo fundamental para os clubes brasileiros. No entanto, um estudo da Pluri Consultoria, que avaliou a utilização da base no futebol nacional nas últimas cinco temporadas, mostra que os jogadores formados por seus clubes atuaram uma média de 19,4% dos minutos jogados pelas 22 equipes analisadas.

Pelo recorte, o Santos aparece em primeiro lugar da lista, com 39,6% do tempo de jogo sendo disputados por atletas da base. A elevada média ainda poderia ser um pouco maior, se o uso da base não tivesse sido drasticamente reduzido em 2019, quando os pratas da casa atuaram por 22,9%. Número bem inferior aos 45,5% registrado na temporada de 2018.

A média de minutos jogados por atletas da base nos últimos cinco anos
Levantamento analisou 22 clubes do futebol brasileiro entre as temporadas de 2015 e 2019
Em % de minutos jogados181820,920,920,920,920,820,816,116,1Média do percentual de minutos jogados201520162017201820191516171819202122

2016
● Média do percentual de minutos jogados: 20,9

Athletico (33,8%), Fluminense (29,4%), Coritiba (27,1%) e Goiás (24,7%) completam as cinco primeiras posições. No Nordeste, o Vitória aparece à frente dos outros quatro clubes da região analisados, com 18,3%, porcentagem que o coloca na 13ª posição geral. Quando se observa o recorte do Sul, o estado do Paraná lidera, com a dupla Athleico, 33,8 e Coritiba, 27,1%. Logo atrás vem o Internacional, com 24,4%, ocupando o sétimo lugar no ranking geral, com 24,4%, seguido pelo Grêmio, em oitavo no Brasil, com 23,4%.

Percentual em % de minutos jogados por atletas da base

Posição Clube Percentual de minutos jogados Posição mais utilizada Percentual de utilização
Santos 39,6% Meias 40%
Athletico 33,8% Meias 41%
Fluminense 29,4% Defensores 33%
Coritiba 27,1% Defensores 48%
Goiás 24,7% Defensores 38%
Vasco 24,5% Defensores 47%
Internacional 24,4% Meias e defensores 37%
Grêmio 23,5% Meias 35%
São Paulo 23% Defensores 44%
10º Avaí 20,7% Meias 37%
11º Corinthians 20% Defensores 63%
12º Botafogo 18,9% Defensores 49%
13º Vitória 18,3% Meias 37%
14º Flamengo 18,1% Defensores 44%
15º Atlético-MG 14% Defensores 59%
16º Fortaleza 14% Defensores 36%
17º Bahia 12,8% Defensores 43%
18º Cruzeiro 12,6% Meias 52%
19º Sport 12,6% Meias 58%
20º Palmeiras 6,3% Defensores 60%
21º Ceará 6,1% Atacantes 39%
22º Chapecoense 4,1% Defensores 39%

Outro ponto que chama a atenção é o fato de que, apesar da fama de país que forma atacantes, o Brasil tem na defesa a posição mais utilizada, com 38% dos minutos jogados por esses atletas. O setor de criação vem logo na sequência, com 33%, enquanto atacantes só aparecem na terceira posição, com 19%. Os goleiros, por sua vez, saem por último na lista. E com base na pesquisa, no Brasil, os números indicam que a promoção para o profissional tem sido algo difícil. Isso porque apenas 9% dos minutos jogados pelas equipes foram disputados por goleiros vindos da base.

Utilização dos jogadores da base nos elencos por posição
Levantamento contabilizou a porcentagem média de minutos jogados nos últimos cinco anos
Defensores: 38Meias: 33Atacantes: 19Goleiros: 9
Fonte: Pluri Consultoria

O estudo é mais um indicativo da baixa utilização dos atletas da base no futebol nacional. Em janeiro deste ano, o GloboEsporte.com publicou um levantamento sobre o aproveitamento de atletas que disputaram a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019 e foram utilizados em seus clubes de origem na mesma temporada. Na ocasião, dos 1028 jogadores analisados, apenas 137 entraram em campo pelo profissional do clube – o que representa 13,3% do montante.

 

 

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