Entra no segundo dia júri de vigia do caso Mércia Nakashima

O segundo dia do julgamento do vigia Evandro Bezerra Silva, acusado de participar do assassinato da advogada Mércia Nakashima em 2010, deverá ser retomado às 9h desta terça-feira (30), no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Nesta terça-feira, seis testemunhas devem depor. O irmão de Mércia, Márcio Nakashima, deve ser ouvido. Só após essa etapa, acontecerá o depoimento do réu.

A segunda-feira (29), primeiro dia do júri, foi marcada pelo depoimento do delegado Antonio de OIim, que comandou as investigações do crime. Ao fim do depoimento de Olim, a defesa de Evandro pediu que Olim permanecesse no fórum incomunicável até esta terça-feira quando uma testemunha protegida, cujo nome não foi divulgado, deverá comparecer para depor. Essa testemunha teria visto Mércia e Mizael Bispo juntos no dia 26 de maio de 2010, na obra de um pedágio. O pedido da defesa foi acolhido pela juíza Maria Gabriela Toneira, que em seguida voltou atrás após acordo entre promotoria e defesa.

Logo no início dos trabalhos do júri, a defesa de Evandro já havia alegado que essa testemunha era imprescindível e pediu para que o julgamento fosse adiado. O pedido da defesa do vigia foi negado e o júri teve início. No meio da tarde, o advogado Ricardo Ponzetto, que defende Evandro, disse que a testemunha havia sido localizada no interior de São Paulo e se comprometeu a vir ao julgamento nesta terça.

“Com relação ao doutor Olim, inicialmente ele ficaria retido, mas eu ponderei tanto com a magistrada quanto com os advogados, que realmente não havia razão para que ele ficasse aqui, haja vista que as demais testemunhas que serão ouvidas estão incomunicáveis. Eles acabaram cedendo, e o doutor Olim foi dispensado, se comprometendo a comparecer caso seja necessário haver uma acareação entre ele e qualquer outra testemunha”, informou o assistente da acusação, Alexandre Sá Domingos.

O promotor Rodrigo Merli Antunes informou que poderá facilmente desmentir o eventual depoimento da testemunha surpresa. “Mizael não estava neste pedágio no dia 26. Ele estava em outro lugar, em Guarulhos, e eu posso afirmar onde ele estava exatamente neste momento que a testemunha diz ter visto não só ele como a Mércia”, atacou.

Evandro é o segundo réu a ser julgado pelo crime. Em março, o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo foi condenado a 20 anos de prisão pela morte da ex-namorada Assim como o antigo patrão, o vigilante também nega o crime, mas deverá dizer que desconfia de Mizael ter matado Mércia.

Logo ao chegar ao fórum, o delegado Antonio de Olim foi enfático em ressaltar a participação de Evandro no crime, mas informou que ele não matou Mércia. “Evandro não matou Mércia, mas foi partícipe ao saber que Mizael planejava matá-la e ao buscar o assassino na represa em Nazaré Paulista”, disse. Olim foi o terceiro a depor. Durante quase três horas, ele foi bastante questionado sobre os trabalhos de investigação e sobre a suposta tortura relatada pelo réu – Olim negou qualquer irregularidade.

G1