'Cavaleiros do Zodíaco': novo game atrai fãs com nostalgia; G1 jogou

“Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos soldados” é uma grande homenagem ao desenho animado japonês que fez sucesso nos anos 1990. Com as vozes originais da dublagem brasileira, o game lançado para PlayStation 4, PS3 e PCs em 9 de outubro cria um clima de nostalgia completo para quem assistia às batalhas de Seiya contra Saga, Poseidon e Hades. Os atrativos do jogo, no entanto, acabam por aí.

O novo game não oferece grandes novidades, mas consegue aparar as arestas nos combates e nos visuais de “Bravos soldados”, de 2013. As lutas fluem bem e os golpes honram a experiência do desenho. É possível sentir em certos momentos estar controlando diretamente uma das batalhas do anime – tirando um pouco da enrolação de um Seiya que precisava de três episódios para atingir seu sétimo sentido.

As vozes dos dubladores originais no Brasil, presentes pela primeira vez em um game dos Cavaleiros, também são essenciais para trazer de volta a empolgação das tardes gastas vendo o desenho animado. Por mais que seja legal controlar os personagens, ouvir um “Meteoro de pégaso” ainda é muito melhor que um “Pegasus ryu sei ken”. E avançar pelos quatro arcos de história do modo “Lenda do Cosmo” – que servem também para liberar todos os personagens – é praticamente uma forma interativa de reassistir a todo o anime.

“Alma dos soldados” também marca a estreia da saga de Asgard nos games, o que deixa claro que o jogo é muito mais uma adaptação do desenho animado do que dos quadrinhos japoneses que inspiraram tudo. Afinal, as histórias com Hilda de Polaris nunca existiram no mangá de Masami Kurumada.

Porém, nem todas essas qualidades ajudam a compensar um sistema de batalha que rapidamente se torna repetitivo. A facilidade para entender como as lutas funcionam logo se traduz em uma rotina viciada de combo, desvio, contra-ataque e “cólera do dragão” – ou o especial de seu cavaleiro favorito.

Os personagens de “Alma dos soldados” possuem pouca variedade, e apesar de cada um ser reconstruído com fidelidade de golpes e aparência, todos funcionam da mesma forma.

Com isso, é difícil imaginar que um jogador sem grande familiaridade com Atena e seus defensores possa aproveitar muito o game. Sem a sensação de nostalgia e do fetiche, o game perde muito de seu valor e acaba sendo apenas um jogo de luta raso.

“Alma dos soldados” oferece grandes momentos ao fã da série, mas não é nada excepcional para quem não cresceu acompanhando o Santuário. E talvez não haja nada de errado com isso.

Fonte: G1