Apesar de produção maior, etanol de MS continua o mais caro da região

Mato Grosso do Sul tem o quinto menor preço do etanol no Brasil, R$ 2,235 pelo litro, mas continua como o mais caro na comparação com os estados vizinhos.

Em São Paulo, o combustível da cana-de-açúcar custa R$ 1,946; no Mato Grosso, R$ 1,987; Goiás, R$ 2,010 e em Minas Gerais é preciso desembolsar R$ 2,180. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocumbustíveis) e foram levantados entre os dias 14 e 20 de abril.

O Estado teve o maior avanço de canaviais do país na safra 2012/2013, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) foram 61,8 mil hectares a mais que o ciclo passado, totalizando 542,7 mil hectares.

A produção de etanol sul-mato-grossense corresponde a 8,10% da produção brasileira, o que coloca o estado em quarto lugar na produção desse combustível.

Nesta sexta-feira (24), foi inaugurada oficialmente a 24° indústria de etanol do Estado, a Usina Ivinhema, com capacidade de moagem de 2 milhões de toneladas na primeira fase, chegando a 6 milhões quando a implantação estiver completa.

Durante a inauguração, o presidente da Biosul, Roberto Hollanda, anunciou que a expectativa para este ano é de moer 18,3% a mais que safra anterior, assim como a produção de etanol que deve subir 22,8%, totalizando 2,35 bilhões de litros.

A explicação para um preço mais alto que os vizinhos, alguns com produção menor, passa pelo preço praticado pelas empresas. “As companhias têm políticas de preços diferentes para diferentes estados e isso chega ao revendedor”, explica o diretor de comunicação do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso do Sul), Marcos Villalba.

Além das políticas de preços, Villalba também credita a diferença a alíquota do ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços). Em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado cobra 17% de imposto, enquanto em outros locais é cobrado 12%.

Esta semana o Governo Federal anunciou um pacote de redução de impostos para tentar baratear o etanol. Com a renúncia de R$ 1 bilhão do PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social) para reforçar o caixa dos produtores, que reclamam da queda da produção em função dos prejuízos do clima.

O Sinpetro alerta ainda que os preços devem aumentar mais, já que nesta quinta-feira (25) houve reajuste de 10 centavos nas distribuidoras e que não deve demorar para chegar às bombas.