Agressores que mataram Wesner em lava-jato devem enfrentar júri popular

O MPE (Ministério Público Estadual) entendeu que a morte de Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, após agressão em um lava-jato de Campo Grande se trata de homicídio doloso (com intenção de matar). Willian Larrea, de 31 anos, dono do lava-jato, e o funcionário dele Thiago de Marco Senna, 20 anos, são os acusados pelo assassinato.

O caso foi encaminhado ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal de Júri da Capital. O procurador-geral de Justiça do MPE (Ministério Público Estadual), Paulo Cezar dos Passos, explicou que tomou a decisão depois de analisar as provas e, principalmente o depoimento que o adolescente fez antes de morrer.

Segundo Passos, o depoimento foi feito em um momento de pré-morte quando via-se que ele talvez não sobrevivesse. “Com a vida não se brinca”, resaltou o procurador, que afirmou ter provas sucientes com o testemunho do garoto.

O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal, primeiro a receber o inquérito sobre o caso, entendeu que a morte do adolescente se trata de homicídio doloso. Porém, ele deixou ao próprio TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), a competência para tipicar o crime. O Tribunal, então pediu o parecer do MPF, que entedeu tratar-se de homicídio doloso.

“Além do ato praticado pelos indiciados ser revestido de uma imbecilidade oceânica, não há como alegarem que o ato por eles praticado não poderia causar a morte de uma pessoa”, explicou no despacho de fevereiro. No dia 17 do mês passado, a Justiça negou o pedido de prisão de Tiago e Willian. Segundo o próprio juiz Carlos Alberto

Garcete de Almeida, a autoridade policial não trazia“fundamentação quanto à concreta necessidade da prisão preventiva dos envolvidos”, sendo assim, negou o pedido.

Caso

Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, foi morto em uma agressão com uma mangueira de alta pressão em uma lava jato em Campo Grande, no úlltimo dia 3, na Vila Morumbi. Após ficar 11 dias internado na Santa Casa, Wesner teve uma hemorragia grave e uma parada cardiorespiratória.

Diego Alves e Geisy Garnes/Midiamax