Vereadores de Dourados são denunciados por suposto tráfico de influência em programa habitacional

Os vereadores Romualdo Ramin (PDT), Cido Medeiros (DEM) e Cirilo Ramão (MDB) foram denunciados na Câmara de Dourados por suposto crime de tráfico de influência na seleção de beneficiários em um programa habitacional no município ainda em 2018 e podem ter os mandatos analisados por uma comissão processante em caso de aceitação desta denúncia por parte da presidência da Casa.

A assessoria de imprensa da Câmara confirmou que o documento foi protocolado na quarta-feira (22) e encaminhado para a presidência para análise e julgamento se há a necessidade de dar andamento aos pedidos. Caso as denúncias sejam aceitas, o plenário deve votar a abertura de comissões processantes na sessão da próxima segunda-feira.

A denúncia foi realizada por Marcos Calheiros que diz ter indícios que familiares e assessores dos vereadores citados tenham se beneficiados na seleção no projeto Lote Urbanizado da Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul) em convênio assinado com a Agência Municipal de Habitação de Dourados. O documento relata que tem como referência o Inquérito Civil Público nº 06.2018.00002593-9 da 11ª Promotoria de Justiça de Dourados que investiga irregularidades na seleção de beneficiários neste projeto habitacional.

Em contato com o Midiamax, o vereador Cirilo se disse surpreso com a denúncia e precisou saber mais profundamente do que se tratava, já que em primeiro momento não entendeu como seu nome foi ligado na denúncia.

“Essa pessoa que está sendo ligado a mim trabalhou no meu gabinete e foi tirada em 2017 por problemas pessoais. Depois não tive mais contato. Precisei pesquisar sobre o assunto, pois não sabia se este programa estava funcionando e descobri que ainda não tem ninguém contemplado. Houve uma primeira lista de selecionados em Dourados e depois um novo filtro em Campo Grande. Descobri que esse nome não está nesta última seleção. Portanto, é uma denúncia infundada”, disse o vereador que retomou o mandato na segunda-feira (19).

Já o vereador Romualdo Ramin relatou que está coletando provas de sua inocência e que pretende registrar um boletim de ocorrência sobre a “falsa denúncia”.

“Essa pessoa que estão dizendo que foi beneficiada é um parente distante e que está trabalhando no meu gabinete agora, mas na época da inscrição no programa não estava. Ele também não foi selecionado em Campo Grande e tenho a consciência limpa. Acredito que não dará andamento a denúncia. Estou recolhendo documento para registrar um boletim de ocorrência contra o autor da denúncia e tentando descobrir quem está por trás dele”, contou.

Midiamax não conseguiu conversar diretamente com o vereador Cido Medeiros por estar no trânsito, mas de acordo com o seu assessor, a suposta beneficiada da denúncia fez a inscrição em 2018 quando ainda não trabalhava para ele. O assessor também encaminhou um documento que cita que a pessoa acabou desistindo de participar do programa ainda em 2018.

 

 

 

 

 

 

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