Veja o que deu certo no Palmeiras antes das eliminações e o que pode melhorar no Brasileirão

Eliminado da Libertadores no meio de semana, o Palmeiras tem como última esperança de título no ano o Campeonato Brasileiro. Depois da queda para o Grêmio no torneio continental, o primeiro desafio na competição nacional será logo diante do líder Flamengo, no Maracanã, às 16 horas (de Brasília) deste domingo.

TV Globo (para todo o Brasil) e o GloboEsporte.com transmitem a partida, com narração de Luis Roberto e comentários de Walter Casagrande e Júnior. O Premiere também exibe o jogo, com Júlio Oliveira na narração e comentários de Maurício Noriega e Paulo Nunes.

O primeiro desafio de uma sequência com tempo para se trabalhar e tentar responder aos gritos de “time sem vergonha” entoados por parte da torcida após a derrota de virada para os gaúchos, na terça-feira, no Pacaembu.

Em setembro, a equipe dirigida pelo técnico Luiz Felipe Scolari terá sete partidas no Brasileirão, mas com duas semanas livres entre os compromissos. Período em que precisará melhorar para tentar retomar a primeira colocação da competição e lutar pelo bicampeonato.

Atualmente, o Palmeiras ocupa a terceira colocação, com três pontos (e um jogo) a menos do que o Flamengo. A partida adiada contra o Fluminense será apenas em 10 de setembro.

Veja análise sobre o desempenho recente do Palmeiras:

Defesa

O sistema defensivo voltou a apresentar nas últimas partidas uma base mais sólida, algo natural até o primeiro semestre. Mas é importante ressaltar o “apagão” no segundo jogo contra o Grêmio, com dois gols sofridos em quatro minutos que custaram a eliminação.

Luan vinha bem, mas voltou a falhar em um jogo de Libertadores e agora tem a sombra de Vitor Hugo, que retornou ao clube de pode formar dupla com Gustavo Gómez – se o paraguaio for deslocado para a direita.

Nas laterais, Marcos Rocha e Diogo Barbosa têm sido irregulares. Reserva imediato de Marcos Rocha, Mayke não sabe quando ficará novamente à disposição por conta de uma cirurgia no tendão do músculo adutor da coxa direita – a opção de momento é Jean. Do lado esquerdo, Victor Luis possui características mais defensivas do que Diogo Barbosa.

Volantes

Felipe Melo é um dos destaques do Palmeiras em 2019 e fez muita falta ao time no jogo de volta da Libertadores, contra o Grêmio, quando cumpriu suspensão por expulsão.

O volante, inclusive, só vai a campo no domingo por conta de efeito suspensivo obtido para o Brasileirão, no qual foi punido com quatro partidas de suspensão também por uma expulsão contra o Bahia, na arena.

Já Bruno Henrique, capitão do título brasileiro do ano passado, sentiu a sequência recente e caiu de produção. O futebol de chegada que ficou em alta após a saída de Ricardo Goulart voltou a ser alvo de críticas.

Capitão em 2018, Bruno Henrique caiu de produção depois da Copa América — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Quem teve bom aproveitamento em suas raras oportunidades foi Matheus Fernandes, que pode aparecer como opção para reforçar a marcação sem diminuir o poder de chegada ao ataque.

Reforço contratado durante a Copa América, Ramires pode ser outra opção (ou mais recuado ou atuando aberto pelo lado direito do meio de campo).

Ramires espera oportunidade no Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag. PalmeirasRamires espera oportunidade no Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Ramires espera oportunidade no Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Armação

Este setor talvez seja o principal problema do time de Felipão na temporada. Gustavo Scarpa foi a peça de maior destaque exercendo a função, mas voltou a aparecer pouco na última terça-feira.

Seja pelo meio ou pelo lado, quando foi deslocado para buscar o cruzamento para Deyverson na segunda etapa do jogo de volta das quartas de final da Libertadores, o meia quase não produziu.

Gustavo Scarpa em treino do Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Antes dele, a comissão técnica do Palmeiras chegou a utilizar Raphael Veiga, Lucas Lima, Ricardo Goulart e até Dudu na função – o camisa 7 (Dudu) foi quem teve mais destaque até agora.

Ataque

Depois da chegada de Luiz Adriano, dá para se imaginar o Palmeiras escalado com Dudu, ele e mais nove entre os titulares, pelas características do atleta e também pela necessidade de o time ter um goleador.

Borja foi bem na Libertadores depois de ser muito pouco utilizado por dois meses, mas nem os gols importantes contra o Godoy Cruz convenceram Felipão, que voltou a apostar em Deyverson.

Luiz Adriano na Academia de Futebol — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Luiz Adriano na Academia de Futebol — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Agora sem Arthur Cabral, emprestado para o Basel, da Suíça, o Palmeiras ainda conta no elenco com Henrique Dourado para a função de centroavante. O atacante está recuperado, mas ainda não reestreou.

Pelos lados, Willian voltou a ter espaço, mas ainda sente a falta de ritmo após um longo período de inatividade. Hyoran e Zé Rafael alternam em oportunidades, Carlos Eduardo não vingou até o momento, e o jovem colombiano Iván Angulo não estrou no profissional.

Comissão técnica

O tempo para trabalhar pode fazer Felipão resgatar a força do time que foi campeão brasileiro no ano passado. Mas há aspectos emocionais e táticos a, talvez, serem reconsiderados.

Desde a chegada do treinador, em agosto do ano passado, o Palmeiras não conseguiu vencer um jogo depois de sair perdendo no placar. É verdade que o time pouco vinha sendo vazado em 2019, mas a estatística mostra também como trabalhar na pressão.

Após a Copa América, Felipão sofreu duas eliminações e ainda não venceu no Brasileirão — Foto: Marcos RibolliApós a Copa América, Felipão sofreu duas eliminações e ainda não venceu no Brasileirão — Foto: Marcos Ribolli

Após a Copa América, Felipão sofreu duas eliminações e ainda não venceu no Brasileirão — Foto: Marcos Ribolli

Contra o Grêmio, por exemplo, o Palmeiras passou 51 minutos sem conseguir levar perigo ao gol defendido por Paulo Victor. Justamente na última chance que o time tinha para se manter vivo na Libertadores.

O máximo de variação tática apresentada foi uma tentativa de atuar com dois meias e dois atacantes. Pode ser uma alternativa para quando a produção palmeirense esbarra em um sistema defensivo rival bem montado.

Antes com Felipe Pires e hoje com Carlos Eduardo, a tão esperada opção de velocidade pelo lado não funcionou bem na temporada.

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