Um ano depois de execução no Guanandi, polícia investiga se vítima foi alvo de queima de arquivo

Vítima foi assassinada no dia 3 de outubro do ano passado

Há 1 ano, Anderson Viana, de 41 anos, era executado com 11 tiros na frente de uma casa localizada na Rua Guajara, no bairro Guanandi, em Campo Grande. A suspeita é de que o crime tenha sido queima de arquivo após Operação Omertà. A vítima foi morta no dia 3 de outubro, uma semana após a emblemática ação realizada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) contra organização criminosa ligada a homicídios.

A dinâmica do assassinato e o envolvimento político da vítima são elementos que, segundo apurado pela reportagem, tornam possível esta linha de investigação. A assessoria de imprensa da Polícia Civil relatou que o inquérito é tocado em sigilo pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), justamente pela possibilidade de haver conexão com o grupo investigado na Omertà. Além de execuções, a quadrilha também explorava jogos de azar, agiotagem, extorsão e receptação de veículos.

Os executores de Anderson estavam de moto e, com base em relatos de testemunhas, o piloto aparentava estar tranquilo, como se fosse experiente em pistolagem. Os disparos que acertaram a vítima seriam de calibre 9 milímetros, costumeiramente usado pelo crime organizado em homicídios. A vítima estava atrelada a um grupo político de Campo Grande, esperava nomeação e chegou a trabalhar em um escritório, mas acabou indo para uma loja de móveis usados.

Tanto que no dia do assassinato, ele estava com o patrão fazendo entrega de móveis em uma picape. Por conta da complexidade do caso, não foram divulgados outros detalhes do ocorrido. Na quarta-feira (07), Garras e Gaeco deflagraram a Operação Snowball, desdobramento da Omertà, a fim de desarticular uma ala da organização criminosa destinada à esquema de agiotagem. Entre os alvos estavam o vereador Ademir Santana (PSBD), suspeito de ter atuado como motorista dos investigados e de ter feito transporte de vítimas.

Fonte: Renan Nucci  / midiamax