Travesti encontrada morta dentro de carro em Dourados não foi vítima de homicídio, diz Polícia

Novidades sobre o caso da travesti encontrada morte em Dourados semana passada. A polícia descarta a possibilidade de homicídio. As investigações indicam até agora que ela teria passado mal, tido uma parada respiratória e morreu.

Mas o que a polícia precisa descobrir agora é quem estava com Marcelly momentos antes da morte dela, e porque esta pessoa abandonou o corpo nu no centro da cidade. A equipe e reportagem do MS Record, entrevistou com exclusividade a mãe de Marcelly.

Se para qualquer mãe perder um filho não é fácil, para Magda Pigari de 68 anos, a dor parece ser ainda maior. Marcello era o único filho. Ela conta que desde criança o menino dizia que não era feliz, que queria ser menina.

Até que há cinco anos começou a usar roupa de mulher e mudou de nome. Passou a ser chamado de Marcelly. O quarto todo cor de rosa e os peixinhos eram o xodó da jovem. Na cama dezenas de sapatos e roupas. A mãe desconfia que a busca extrema pela vaidade tenha causado a morte da filha. A travesti teria exagerado em implantes de silicone.

“Ele estava deitado no sofá, e reclamou de dor nas costas e eu perguntei por que, ele respondeu que era por causa da tatuagem, mas em minha opinião eu acho que o que prejudicou mais foi o silicone. Meu marido ficou com ele na sala e escutou o telefone dele tocar, e meu marido perguntou onde ele ia, ele só respondeu que ia sair com alguém que já havia saído antes. Para nós ele nunca dizia o nome de ninguém, não conhecíamos ninguém. Ele se arrumou saiu e não voltou mais”, diz mãe da vítima.

O corpo de Marcelly Pigari foi encontrado sem roupa dentro do carro dela. Na ultima sexta-feira pedreiros viram o veículo estacionado perto de uma obra no centro da cidade e chamaram a polícia. No início havia suspeita da travesti teria sido estrangulada.

A mãe não acredita nesta hipótese. Ela conta que há meses a filha reclamava de dores pelo corpo. Na noite em que morreu tomou medicamentos anti-inflamatórios e havia feito uma nova tatuagem nas costas há poucos dias.

“Não foi ninguém que fez mal, porque meu marido foi lá e viu ele nu, antes de arrumarem no caixão, a única resposta que eu quero é por que deixaram meu filho pelado?”, desabafa a mãe.

A polícia está com o extrato da conta do celular de Marcelly e já descobriu que a ultima ligação recebida foi as 23h 30. Os investigadores já sabem quem estava com a vítima momentos antes da morte.

Para não atrapalhar as investigações o delegado prefere não dar detalhes, mas garante que a hipótese de homicídio já está praticamente descartada.

“Não descartamos a hipótese de ter ocorrido o homicídio, mas tudo leva a crer que não foi homicídio, ocorreu um mal subto, por algum motivo, houve essa parada cardíaca e o corpo foi abandonado dentro do veículo naquele local”, diz o delegado, Adilson Sitiguivits.

Agora a polícia trabalha para responder algumas perguntas. Como o porque a pessoa que estava com marcelly abandonou o corpo? Onde ocorreu a morte? Onde estão as roupas e o aparelho celular? Investigadores estão pela cidade em busca de pistas para esclarecer o caso, o que deve ser feito nas próximas horas. (Com colaboração Miriam Névola, TV MS Record)

 

Foto: Reprodução TV MS RecordNo início havia suspeita da travesti teria sido estrangulada