Trânsito matou 25% a mais na Capital em abril, maioria é motociclista

Em abril deste ano, acidentes de trânsito mataram 25% a mais do que no mesmo período de 2013 em Campo Grande. Foram 10 óbitos contra oito e os motociclistas foram as principais vítimas. Os dados deixam em alerta autoridades do setor e o apelo é pela conscientização sobre os riscos de abusar da velocidade e da associação álcool e direção.

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Dos 10 mortos nas ruas da Capital, seis são motociclistas, dois ciclistas e dois pedestres. Em abril do ano passado, quatro condutores de motos foram a óbito. “É grande o potencial de vítima grave e fatal entre os motociclistas”, frisou Ivanise Rotta, chefe da divisão de Educação da Agetran (Agência Municipal de Trânsito).

Entre as vítimas deste ano, está o jovem Rafael Caldeira, de 22 anos. Ele morreu no último dia 18, após colidir a moto em uma árvore por volta das 5h da manhã, na Rua do Rosário com a Doutor Meireles, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande.

De acordo com a Polícia de Trânsito, a vítima perdeu o controle do veículo depois de fazer uma curva e bateu em uma árvore. O rapaz chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), mas não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital.

O caso se enquadra na maioria dos acidentes fatais. “A grande parte ocorre fora do horário do rush, acontece nas madrugadas, quando o motorista se sente livre para correr, se sente no controle da situação”, analisou Ivanise. “Infelizmente, a sociedade ainda não compreendeu que não é seguro desrespeitar a velocidade permitida”, completou.

De olho em reforçar o cumprimento das regras de trânsito, ela citou que, em caso de acidente a 50 km/h, as chances de vida são bem maiores. “Já a 60 km/h o óbito é quase inevitável”, frisou, com base em dados nacionais. “Com velocidade menor, é possível desviar e o tempo de frenagem é maior”, acrescentou.

Outro item de risco, segundo Ivanise, é a associação de bebida e direção. “O condutor perde consideravelmente os sentidos, os reflexos”, explicou. Também preocupa a Agetran o alto índice de motociclistas sem habilitação. “Do ponto de vista público, vamos aumentar a fiscalização e é importante a conscientização da sociedade”, emendou.

De janeiro até abril, morreram 36 pessoas nas ruas de Campo Grande contra 34, no primeiro quadrimestre do ano passado. Nos 12 meses de 2013, foram 116 vítimas fatais, das quais 70 foram motociclistas. “Essa é uma realidade nacional e mundial”, comentou Ivanise sobre o perigo na condução de veículos de duas rodas.