Tarifa de ônibus proposta em Dourados é R$ 0,08 maior que a cobrada em SP

Fabiane Dorta, do Diário MS

Uma audiência pública marcada para o dia 21 deste mês, na Câmara Municipal de Dourados, a partir das 8h, vai discutir o reajuste da tarifa do transporte coletivo no município. A proposta encaminhada pela empresa concessionária do serviço à prefeitura solicita que o preço suba de R$ 2,50 para R$ 3,28. O valor ficaria maior que o praticado em São Paulo (SP) – R$ 3,20 –, onde a cobrança tem gerado uma série de protestos desde a semana passada.

De acordo com Marcelo Saccol, gerente geral da Medianeira – empresa concessionária do serviço em Dourados -, o último reajuste feito no município foi em outubro de 2011. Segundo ele, neste período houve reajuste de 25% no gasto com pessoal, aumento de 12,5% nos custos com pneus, 14% com combustível, entre outros reajustes. “É uma defasagem que nós já estamos arcando, mesmo sem ter a majoração”, explica.

Conforme o gerente, também houve nos últimos anos um aumento significativo na concessão degratuidades garantidas por lei, o que tem sido o “grande vilão” do preço da tarifa no município. Em Dourados, 41% dos usuários não pagam pelo transporte, enquanto a média do país é de 18% a 25% de gratuidade.

“O transporte público é um sistema de subsídio cruzado, ou seja, se alguém deixa de pagar, a outra pessoa que está pagando, vai pagar por ela que andou gratuitamente”, alega, lembrando que a prática é para cobrir os custos. Entre os principais usuários com direito a gratuidade no município estão os idosos com mais de 60 anos, pessoas com deficiência e estudantes do ensino fundamental. Além da meia-passagem para os demais estudantes.

PREFEITURA

De acordo com a Medianeira, uma primeira planilha solicitando o reajuste para R$ 3,12 havia sido encaminhada à prefeitura em fevereiro deste ano. Mas, devido a aumentos de custos, uma nova proposta foi encaminhada em maio, pedindo a alta para R$ 3,28. “É uma solicitação, quem define é a prefeitura”, esclarece Saccol.

De acordo com o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Walter Hora, os técnicos do órgão estão fazendo um levantamento próprio para estudar a reestruturação da tarifa solicitada pela empresa. “Sabemos que houve reajustes e estamos estudando para ver o que é possível fazer agora, já que estamos diante de uma grande reestruturação do transporte coletivo”, informa.

Hora não confirmou se haverá ou não reajuste e lembrou que tema será debatido na audiência pública. “Nós vamos fazer essa discussão com a sociedade, apesar de não ser deliberativa, a audiência pública está prevista em lei e nela vamos discutir todos os itens e fatores que incidem sobre a tarifa”, afirma, convocando a participação dos usuários.