Soja: Mercado em Chicago tem 6ª de novas altas com oferta curta e mais chuvas na Argentina

Perto das 9h (horário de Brasília), o contrato julho/16 era negociado a US$ 11,61 por bushel, com alta de 15 pontos, ou mais de 1%

Na sessão desta sexta-feira (3), os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago continuam subindo e renovando suas máximas. Perto das 9h (horário de Brasília), o contrato julho/16 era negociado a US$ 11,61 por bushel, com alta de 15 pontos, ou mais de 1%. Os demais contratos subiam entre 6 e 10,50 pontos, e o agosto e setembro também se mantinham acima dos US$ 11,00.

Os fundamentos, principalmente de oferta, seguem dando suporte aos preços e estimulando a continuidade de seu avanço. O produto disponível segue se tornando cada vez mais escasso, enquanto o consumo cresce e se intensifica.

Além disso, de acordo com agências internacionais, a previsão de novas chuvas para a Argentina também atuam como fator positivo para as cotações. De acordo com a Bolsa de Grãos de Buenos Aires, algumas províncias produtoras que ainda não tinham sido atingidas por o excesso de umidade começam a sofrer com essas adversidades climáticas e a colheita, portanto, acaba sendo ainda mais comprometida.

Nesta sexta-feira, o mercado internacional conta ainda com a chegada de um novo reporte semanal de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com números atualizado sobre a comercialização no país.

Veja com fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja vai a R$ 100,00 no porto de Paranaguá com Chicago nas máximas em 2 anos nesta 5ª feira

A soja brasileira foi negociada a R$ 100,00 nesta quinta-feira, 2 de junho de 2016. De acordo com informações da consultoria SIMConsult, ao longo do dia, foram registrados negócios com este patamar de preço no porto de Paranaguá, com pagamento para agosto. O valor, portanto, renova todos os recordes e reafirma, mais uma vez, a intensa demanda pela oleaginosa do Brasil e mostra o ajuste cada vez mais sério da oferta. Alguns bons volumes, ainda segundo o SIMConsult, foram negociados.

Os preços, além de serem uma consequência dessa apertada relação de oferta x demanda – a qual pode ser justificada também ao se observar os prêmios pagos pela soja nacional, que em Paranaguá chegam a variar entre 70 e 80 centavos de dólar sobre as cotações praticadas em Chicago -, também são estimulados pela explosão desta quinta dos futuros da oleaginosa negociados na bolsa norte-americana. Ao longo do dia, os prêmios no terminal paranaense chegaram a ser de US$ 1,00 acima da CBOT.

O mercado disparou e somente o vencimento julho/16 subiu mais de 4% para alcançar os US$ 11,39 por bushel, depois de, na máxima dos dia, chegar aos US$ 11,44. Já o contrato novembro/16, referência para a safra norte-americana, fechou o dia com US$ 10,77, com ganho de 13,20 pontos. Dessa forma, os preços da soja são os mais altos em dois anos.

E apesar de alguns negócios terem sido efetivados com esse novo nível de valores, os produtores – principalmente aqueles que já comercializaram bastante da safra 2015/16 – se mostram mais retraídos, o que também favorece a formação das cotações. “Quem está exportando agora, exporta somente para fazer caixa”, diz o consultor em agronegócios Ênio Fernandes.

E daqui em diante, o ritmo das exportações pode perder um pouco de força já que, como explica o especialistas, as margens com as vendas no mercado interno poderiam ser ainda melhores, ainda segundo explica o consultor. Nesse quadro, os preços da soja no interior do país acompanham o ritmo de valorização. Segundo informações do SIMConsult, em Primvaera do Leste/MT, a saca de soja foi a R$ 91,00 e, no interior de Goiás, a R$ 88,50.

Mercado Internacional

Na Bolsa de Chicago, os principais vencimentos da soja fecharam o dia com altas de 11,75 a 44,25 pontos. Os ganhos do contrato julho superaram 4% na sessão desta quinta-feira (2) e, mais uma vez, uma junção de fatores puxou os preços. A pouca soja, porém, esteve no foco dos traders e investidores.

Enquanto o volume de soja disponível vem se tornando cada vez mais escasso, na outra ponta, o apetite mundial continua muito voraz e bsucando produto nos principais fornecedores globais, onde o produto disponível já é bastante disputado. Reflexo disso, são os atuais preços praticados no Brasil, que já se aproximam de R$ 100,00 por saca.

“Temos uma demanda global bastante firme. Há informações de que a China poderá importar até 90 milhões de toneladas nesta temporada e a oferta nos Estados Unidos ainda é incerta. Por outro lado, temos problemas em relação ao clima na Argentina e no Brasil praticamente não temos oferta”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

Paralelamente, um maior apetite por risco e, especialmente por commodities, por parte dos fundos neste início de mês também motiva os ganhos desta quinta-feira. “Os fundos estão mirando nas commodities, e a soja e o farelo são as ‘queridinhas’ desses novos fundos”, explica Andrea Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora.

O mercado do farelo de soja na CBOT, tradicionalmente, acompanha a movimentação do grãos. Porém, nos últimos pregões o que se observou foi uma performance ainda melhor das cotações do derivado em seu rally. De janeiro ao início de junho, a primeira posição subiu 54,84%, enquanto a soja em grão acumula uma alta de 33,64%. Nesta quinta, os principais vencimentos do derivado subiram entre 1,25% e 4,81%, para o julho/16 alcançar os US$ 418,30 por tonelada curta em Chicago.

O farelo de soja foi a commodity que mais subiu até este momento em 2016. O derivado já acumula um ganho de 54% neste ano, segundo um levantamento da agência internacional Bloomberg, e como explicam os analistas de mercado, esse avanço é um reflexo claro do expressivo aumento do consumo global do produto – e de proteína animal, que também possui um mercado bastante firme. Além disso, a atenção dos fundos ao farelo veio intensificar ainda mais esse movimento.

Fonte: Portal do Agronegócios