Se for solto, Maníaco não tem capacidade de ressocialização avalia psiquiatra

Há mais de um mês internado na Santa Casa de Campo Grande, sendo 20 dias sob avaliação médica, o jovem de 21 anos, Dionathan Celestrino, conhecido por Maníaco da Cruz, ainda tem seu destino incerto. Para um dos psiquiatras que o atendeu, Luiz Salvador, mesmo que o rapaz seja solto, ele não tem capacidade de se resocializar com a sociedade.

“Ele tem uma deficiência moral e não tem a capacidade de se socializar com os outros, nem perceber o que é certo ou errado, então o que ele tem vontade de fazer ele faz sem mensurar os riscos”, disse Salvador.

Para o médico que trabalha na Santa Casa desde 1966, Dionathan sequer deve ficar por mais tempo no hospital. “Ele não deve ficar em um hospital, porque ele oferece risco aos outros, além de estar ocupando o equivalente a três vagas”, destacou Salvador em entrevista ao Midiamax.

Atualmente há 24 pacientes internados na psiquiatria, porém o Maníaco permanece na ala da Urologia, devido ao isolamento logístico no 5º andar, sob a escolta de três policiais militares e atendimento de um enfermeiro.

“Para mim ele deve ficar em uma clínica preparada para infratores ou em uma prisão que ofereça tratamento, mas ele deve ficar preso, porque ele é uma pessoa perigosa e pode fugir a qualquer hora”, concluiu o médico.

A decisão para onde Dionathan será enviado será do juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude de Ponta Porã, Adriano da Rosa Bastos. Ele pode ser solto, por já ter cumprido seu período de reclusão na Unei em Ponta Porã ou deverá ser internado em uma clínica psiquiátrica. O processo corre em segredo de justiça.

Uma terceira hipótese foi levantada pelo presidente da Comissão dos Advogados Criminalistas da OAB/MS, Luiz Carlos Saldanha, em entrevista ao Midiamax, em que Dionathan poderia responder pela fuga da Unei, em março deste ano. Para Saldanha, mesmo que o Maníaco tenha cumprido o tempo de reclusão, ele não tinha sido liberado pela Justiça.

O governador André Puccinelli repetiu, inúmeras vezes, que não há clínicas públicas no Estado para receber o rapaz, inclusive que teria pedido a Minas Gerais e ao Rio de Janeiro a transferência para internação, mas que os estados não aceitaram.

“Nenhuma clínica aceitar não exime o Estado da responsabilidade de tratamento. Ele não estava parado em uma cela? Não poderia ter providenciado um psiquiatra do Sistema Único de Saúde para ir lá?”, ponderou Saldanha.

As vítimas do “Maníaco da Cruz” foram o pedreiro Catalino Gardena, a frentista Letícia Neves de Oliveira e Gleici Kelli Silva, de 13 anos, deixados com os braços abertos e as pernas cruzadas em menção a uma crucificação. Todos foram mortos em 2008, em Rio Brilhante.

 

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