O senador eleito por Mato Grosso do Sul, Nelsinho Trad, pode deixar o PTB devido ao enfraquecimento da bancada no Senado Federal. Ele recebeu convite de três partidos, mas as chances são grandes de se filiar ao PSD, sigla em que os dois irmãos, deputado federal Fábio Trad e o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, estão.
O PTB no Congresso Nacional está enfraquecido, pois conta com apenas dois parlamentares. Segundo Trad, “se tem dois senadores, é o mesmo que zero”. “Estou só eu e Lucas Barreto, do Amapá. Ainda não foi batido o martelo (para a saída)”, disse.
Trad afirmou que uma bancada com três senadores, segundo o regimento interno, tem espaço para atuar nas comissões do Senado e espaço na Mesa Diretora. “Ou a gente tenta trazer alguém para o PTB ou nós dois vamos sair do partido. Já recebemos convite do PSDB, PSD e Podemos”, comentou.
Caso aceite ir para o partido comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, o PSD será a segunda maior bancada no Senado. “A gente indo, passa a ser a segunda maior bancada, perdendo para o MDB e passando o PSDB. Com isso, garante o segundo melhor espaço na mesa, espaço nas comissões permanentes”, afirmou.
Nelsinho Trad e Lucas Barreto reuniram-se com o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, na noite de ontem, para baterem o martelo. “O Lucas ainda está tentando convencer algum senador para migrar para o PTB, mas está difícil. Se não acontecer, vamos sair”.
Questionado sobre assumir a presidência do PSD em Mato Grosso do Sul, Trad afirmou depender de uma decisão do nacional. “Eu tenho dois irmãos no PSD. O partido vai acabar se fortalecendo”, avaliou.
Se isso acontecer, o atual presidente da legenda, Antônio Lacerda, deve deixar o comando.
Ao ser perguntado sobre a possível troca do comando estadual, o ex-senador e ex-presidente do PSD regional Antonio João Hugo Rodrigues citou um antigo ditado popular. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Presidente municipal do PTB, o vereador de Campo Grande Otávio Trad, filiado ao PTB, disse que não deve deixar a legenda, mesmo com Nelsinho trocando de partido. “A gente tem conversado sobre isso. A troca é importante a nível nacional da ida dele como senador e para aumentar a bancada do PSD no Senado. Eu fui eleito pelo PTB e não pretendo comprar briga com o partido para mudar, sem que tenha anuência legal, seja partidária ou consensual, com a direção do partido”, explicou.
Segundo o vereador, momentaneamente, ele fica no PTB. “Fico com o partido até para arcar com as responsabilidades do meu mandato”.
Com relação à saída de Nelsinho, o vereador comentou que o senador eleito fortaleceu o PTB. “Creio que possa levar algumas pessoas com ele, mas não é a intenção dele esvaziar o PTB, e, sim, continuar fortalecendo a legenda. É um partido que tem senadores, deputados federais, a gente tem que pensar que pode futuramente ir acrescendo no nosso grupo político. De maneira alguma vejo Nelsinho abandonando”, alegou.
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Ainda conforme Trad, quem deve assumir a direção estadual do PTB é o vice-presidente. “Quem assume é o vice, Adilson Souza Rodrigues. Ele está conosco no grupo, ele assume a presidência estadual”, comentou.
Questionado sobre sua possível saída do PTB com Nelsinho, o deputado estadual eleito Neno Razuk negou. “Não existe essa possibilidade. Respeito a decisão do Nelsinho, mas, como um dos representantes do partido, eu não gostaria dessa saída, enfraquece, vamos perder espaço”, disse.
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