Safra 2013/14 de soja fecha 5,6% maior que ciclo anterior

Mais uma vez a soja é o destaque da safra. O clima prejudicou a produtividade, que foi menor do que a prevista, mas isso não comprometeu a rentabilidade do grão para o ciclo 2013/14. Na próxima safra, a expectativa é de mercado internacional aquecido e crescimento da produção brasileira.

No início deste ano, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) previa uma safra de soja brasileira superior à americana.

Por aqui, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também era positiva, 90 milhões de toneladas colhidas.

Mas o clima frustrou as expectativas e a produção brasileira fechou em 86 milhões de toneladas, 5,6% maior do que a safra passada. A área plantada saltou de 27 milhões para 30 milhões de hectares.

A seca afetou a lavoura de soja levando a uma redução na produção, principalmente nas pequenas propriedades e isso impactou na nossa produção em geral, frustrando as estimativas de recorde de produção – explica o professor da Universidade de Brasília, Flavio Botelho Filho.

O levantamento da Conab mostrou que o Estado do Paraná foi muito afetado, porque a variação climática atingiu a lavoura em quase todos os estágios de cultivo.

Em Mato Grosso choveu na colheita, na última semana de fevereiro, o que prejudicou a qualidade do produto.

Em Goiás, o problema foram os períodos de estiagem, em janeiro e fevereiro, na época de enchimento de grãos. A lagarta falsa medideira também provocou perdas e o combate à praga fez com que o custo de produção subisse cerca de 10% em Goiás.

Nós não tivemos problemas com a Helicoverpa armigera. Nós tivemos problema com a falsa medideira, outra lagarta. A perda foi de cerca de 30% da produtividade total, houve um alto consumo da folha e baixo desenvolvimento do grão – conta a agrônoma Camila Colpo.

Mesmo com os reflexos no custo de produção, devido à intensificação do combate às pragas, e problemas com o dólar, a rentabilidade da soja ainda é muito boa ao produtor.

Em 2013/14, o mercado do grão continuou aquecido, os preços se mantiveram estáveis, com a saca sendo cotada em média R$ 71. Uma tendência que deve permanecer para a próxima safra, assim como o aumento de produção e área plantada.

À medida que as cotações apresentam suporte no mercado internacional, vão apresentar aqui uma continuidade no aumento da oferta.

Esse movimento é um movimento nacional de crescimento de área plantada. Mato Grosso é um Estado que vem apresentando uma perfomance muito boa. Existe uma expectativa de agregação contínua de área, em áreas de pastagem degradada – fala o gerente de levantamento e avaliação de safra da Conab, Francisco Olavo de Souza.

O controle de pragas vai continuar merecendo atenção redobrada na safra 2014/2015. Segundo o governo federal, alguns produtores estão fazendo safrinha de soja, desrespeitando o vazio sanitário e a rotação de culturas. A prática pode provocar a proliferação de doenças.

Isso pode criar um distúrbio muito grande à medida que a possibilidade de descontrole aumenta, sem os cortes que precisam ser feitos, os vazios.

Esse é um fato que nós estamos observando. Há registros em algumas áreas em mato grosso, por exemplo. Alguma medida deverá ser feita para que isso não se transforme num caos – disse Souza. (Canal Rural)