Revitalização do Centro de Pesquisa da Agraer amplia potencial tecnológico no setor agropecuário de MS

Referência na prestação de serviços de assistência técnica, extensão rural e social,  classificação e certificação de produtos agropecuários em Mato Grosso do Sul, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) está modernizando o Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer) de Campo Grande, que viabiliza em média 30 projetos de pesquisa por ano.

A revitalização do Cepaer conta com três obras em andamento: a reforma do prédio principal que tem mais de 40 anos, a construção da guarita e alambrado, e a construção de mais dois laboratórios: o de Fitotecnia e Fitossanidade. Os investimentos somam mais de R$2,8 milhões com recursos do Governo do Estado e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 

A gerente de pesquisa da Cepaer, Ana Cristina Araujo Ajalla, destaca os principais avanços que a conclusão das obras vai oportunizar. “O cenário é de um novo começo. Não é simplesmente o término de uma obra, nós vamos começar uma nova fase. A revitalização vai possibilitar o desenvolvimento de novas pesquisas e parcerias e a transferência de tecnologia para o setor agropecuária do Estado”. 

Outro ponto positivo será a ampliação de espaço para a realização de eventos direcionados a capacitação e formação de profissionais como estágios obrigatórios, trabalhos de conclusão de curso de graduação, mestrados, doutorados, entre outros. 

Entre os profissionais que tiveram a oportunidade de pôr em prática suas pesquisas, está Marina Calderan Bigatão, médica veterinária e zootecnista. “A pesquisa do meu trabalho de conclusão de curso avaliou o Valor Nutritivo das Silagens de Cultivos de Sorgo (Sorghum bicolor) Solteiro e Consorciado com Feijão Guandu (Cajanus cajan). O plantio das forrageiras foi realizado no campo experimental do CEPAER. A ensilagem foi feita em mini silos de PVC e em silos de campo em formas de madeira, também no campo experimental. A abertura dos silos foi realizada no laboratório do CEPAER. Onde também foi possível realizar a pesagem, pré-secagem em estufa de ventilação forçada e moagem do material para análise”, conta.

Embora as amostras tenham sido avaliadas em laboratórios da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Marina afirma que o CEPAER teve grande importância na sua formação.  “Devido ao seu amplo campo experimental, foi possível a implantação do experimento que permitiu a realização de minha pesquisa e também me possibilitou conhecer outros experimentos com cultivares regionais, como a guavira, por exemplo, entre tantos outros relacionados à horticultura e pastagem. Com a modernização do CEPAER, o campo experimental e a estrutura física de salas e laboratórios  poderão ser melhor explorados em pesquisas que fomentarão a agricultura e pecuária em nosso Estado”, destaca.

Cursando zootecnia da UFMS, Caroline Ferreira Medeiros, considera fundamental o incentivo à pesquisa. “Uma grande vantagem ter um órgão público que nos abrigue e que possa nos oferecer essa tecnologia que nos oferece condições de estagiar e de ter essa vivência prática, eu acho super interessante por hoje em dia está bem difícil, com essa pandemia muita gente recusa, então ter um órgão público que tenha essa estrutura e que a gente possa usufruir de tudo isso é muito interessante”. 

ambém na etapa de estágio, Gustavo Fonseca da Silva, que faz agronomia na UCDB, considera o Cepaer fundamental na sua formação. “Isso agrega valor a tudo que a gente está aprendendo e melhora o conhecimento. Além de ser um espaço amplo, aqui a gente aprende de tudo”. 

Com previsão de entrega para dezembro, a nova estrutura do prédio contará com salas de aula, auditório, refeitório, sendo todos os espaços com acessibilidade. 

O Cepaer

As principais áreas de atuação do Cepaer, que fica na Rodovia MS 080 Km 10 e possui 74 hectares, estão relacionadas a pesquisas na bovinocultura leiteira com manejo do gado leiteiro, boas práticas de ordenha, análise bromatológica, análise de qualidade do leite, adubação de pastagens e a silagem do feno. 

Além da sede na capital, o Cepaer conta com uma unidade de pesquisa em Dourados e outra em Ponta Porã (Itamarati). Na área de fruticultura os estudos são especialmente relacionados a banana, goiaba, maracujá e pitaya. Já o sistema de integração lavoura, pecuária e floresta promove a integração com plantas nativas baru e guavira. O cultivo de Erva Mate é o principal estudo da região sul do Estado. 

Na biotecnologia o estudo é destinado a produção de mudas de banana micropropagadas, e nas culturas anuais, o feijão caupi, milho e sorgo são objeto de pesquisa. 

Mireli Obando, Subcom

Fotos: Saul Schramm