Relatório da PF mostra influência de Bumlai sobre ministro, diz jornal

Relatório da Polícia Federal aponta que a família do pecuarista sul-mato-grossense, José CarlosBumlai, teria influência sobre o vice-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Dias Toffolli. Este documento foi encaminhado na última sexta-feira (11), e anexado à investigação da Operação Lava Jato

De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, este documento foi subscrito pelo agente da Polícia Federal, Chaves Garcia, e depois encaminhado ao delegado Filipe Hille Pace. O relatório teve como base documentos e dados apreendidos no endereço de Maurício Bumlai, filho do pecuarista, onde havia uma série de contatos, com pessoas ligadas ao governo do ex-presidente Lula.

Existiam telefones da granja do Torno, assim como dos ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho. No relatório, o agente da Polícia Federal, ressalta que tais informações mostram que a família Bumlai tinha influência política durante o governo petista, não apenas no Palácio do Planalto, mas também com o ministro do STF, Dias Toffoli.

Neste documento, o agente diz que “chama a atenção” o contato do pecuarista com Toffolli, que foi advogado do PT e indicado durante o governo Lula, para ocupar a cadeira do Supremo Tribunal Federal. O ministro inclusive participou das campanhas presidenciais de Lula, em 1998, 2002 e 2006.

O relatório pondera que apenas a “simples menção dos nomes” não significa o envolvimento dos citados em eventuais “delitos” e que a intenção é analisar os documentos, arquivos, planilhas, notas fiscais, que sejam úteis ao processo e investigação da Lava Jato.

O agente ainda sugere que cabe as autoridades solicitar “novas pesquisas” ou avaliações sobre estas informações. O gabinete do ministro do STF informou a reportagem citada, que Toffoli nunca teve relação de amizade com Bumlai.

Condenação – O pecuarista sul-mato-grossense foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção. Ele realizou um empréstimo de R$ 12 milhões, que foi na verdade enviado ao PT, pelo Banco Schahin, em outubro de 2004.

De acordo com a Operação Lava Jato, em função deste empréstimo, o grupo Schahin, foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão, sem licitação com a Petrobrás em 2009, para operar o navio sonda Vitória 10.000.