Rampa do Morenão agora é lugar de festas, algumas dispostas a causar polêmica

A rampa de acesso principal ao Estádio Morenão agora é ponto de balada. Nos finais de semana, o lugar de rara movimentação enche, com festinhas próprias de ambiente universitário. O que os acadêmicos de diferentes cursos querem é ouvir música, conversar, curtir sem censura.

Estudantes de Arquitetura começaram com a “brincadeira” e hoje o espaço é de qualquer curso. Na sexta-feira passada, por exemplo, um grupo de acadêmicos organizou a festa da “Hempa”, para arrecadar dinheiro e realizar em Campo Grande a “Marcha da Maconha”.

O evento está marcado para o dia 25 de maio, mas a erva já transita com tranquilidade nas festas de quem defende a legalização da maconha. Tudo é na base da paz e do amor, sem tumulto e até “familiar” para alguns.

Ingrid, de 23 anos, levou o filho pequeno à rampa. Apesar de dizer que só deu uma “passada”, ela fala que acha importante marcar presença “nessa batalha em favor da descriminalização da maconha”.

Como o lugar não tem iluminação o jeito quase sempre é improvisar com jogos de luz emprestados. A diversidade musical inclui bandas de rap, rock e reggae. Há cerveja, drinques e comidas para vender, tudo normal, se não fosse a fumaça no ar de sexta-feira.

Sergio, de 26 anos, é acadêmico do curso de Biologia e um dos idealizadores da “festa protesto”, já um ensaio para a marcha pela liberação da maconha. Segundo ele, para defender tal bandeira, estudou a respeito do assunto e procura sempre promover palestras sobre o tema.

Já sobre a rampa do Morenão, ele lembra que não há nenhum pedido legal para a ocupação nos fins de semana, mas como o espaço é público, nada mais justo que seja ocupado pelos universitários. “Nunca reclamaram”, diz Sérgio.

E até quem não fuma se diverte pela função do evento. “Aqui não é balada, é um encontro de diversidades”, explica Amanda, de 19 anos.

Ela e a amiga Débora, de 24 anos, já se divertem na “rampa” pela segunda vez. “Viemos pela curiosidade, aqui tem história, tem pessoas e o espaço é diferente, exótico”, resume Débora.