O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reprovou a eventual aliança do pré-candidato ao Governo, senador Delcídio do Amaral (PT), com o PSDB, do deputado federal Reinaldo Azambuja nas próximas eleições. Seguindo a orientação do diretório nacional do PT, Lula censurou “expressamente”, qualquer união do PT com partidos opositores ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
Logo após condenar o virtual acordo de tucanos e petistas na próxima disputa eleitoral, o ex-presidente recomendou um possível entendimento do PT com o PMDB em Mato Grosso do Sul. Para o ex-presidente, “os companheiros do PT e do PMDB” devem buscar um acordo para colaborarem regionalmente com o projeto de reeleição de Dilma. Caso ocorra a aliança com o PSDB, seriam dois palanques presidenciais no Estado.
O ex-presidente chega hoje ao Estado e deve auxiliar nas articulações para a aliança entre PT e PMDB, reforçando a unidade a nível nacional. PMDB tem como pré-candidato o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, que mantém amizade com Lula. Os petistas apostam no nome do senador Delcídio do Amaral. A divergência acontece porque ambos não abrem mão de indicar o candidato ao Governo.
Ele destacou ainda que “a aliança nacional entre o PT e o PMDB está caminhando bem e com certeza estaremos juntos na disputa de 2014. Até porque estamos governando juntos o País, e com bons resultados. Trabalharemos para que esta unidade a nível nacional aconteça também no maior número possível de estados”
Confira trecho de entrevista exclusiva ao Correio do Estado:
CÂMARA MUNICIPAL
Lula receberá homenagem em visita à Capital
SUCESSÃO ESTADUAL
Mercadante discute com lideranças aliança do PT-PMDB
Como o senhor avalia as articulações do PT em Mato Grosso do Sul para ajudar na eleição do pré-candidato ao Senado, deputado federal Reinaldo Azambuja? Azambuja tem interesse de contar com o apoio do PT para se eleger a senador e, assim, fazer oposição à Dilma, caso seja reeleito. O senhor considera ideal para o PT, conquistar o governo do Estado em troca de apoio a um tucano para senador?
Lula – Não me cabe determinar a conduta do PT de Mato Grosso do Sul. A direção estadual do partido sabe conduzir da melhor maneira o nosso projeto no estado, de acordo com as orientações da Direção Nacional do partido. E há uma decisão expressa do PT Nacional, que vale para os 27 estados do País, de só fazer aliança com quem apoie o governo da presidenta Dilma e o nosso projeto nacional.
Correio do Estado – O senhor prefere o confronto do PT com o PMDB ou a aliança com o PSDB em Mato Grosso do Sul, caso os petistas e peemedebistas não cheguem a um acordo?
Lula – O PMDB é um partido da base aliada do governo da presidenta Dilma e que está em sintonia com o PT na política nacional. Acredito que os companheiros do PT e do PMDB de Mato Grosso do Sul saberão encontrar uma forma de continuar colaborando com nosso projeto nacional que está mudando o Brasil.
Não cabe a mim preferir, o PT tem autonomia estadual para decidir internamente e de forma democrática, como sempre fazemos, o que será melhor para a política regional. E eu apoio o que os companheiros da Executiva Estadual do PT-MS decidirem.