Psicicultura de MS busca alternativas dentro da própria cadeia produtiva

A piscicultura de Mato Grosso do Sul já está bem estruturada e começa a buscar alternativas de negócios dentro da própria cadeia produtiva. A produção do Record Rural, acompanhou trabalho do produtor, Luiz Carlos Acorcci Filho e a família dele, que investiram na produção de alevinos.

 

Quando a família de Luiz Carlos começou na piscicultura, a atividade principal era a produção de iscas para pesca, principalmente na reprodução da tuvira, uma dos principais peixes do pantanal.

 

“Nossa empresa tem 25 anos e começou com comercialização de isca que era originada da região do nosso Pantanal, de Mato Grosso, de Minas, São Paulo, da região do Paraguai e da Bolívia também, na época meu pai viu um grande problema ambiental porque, quando você captura Tuvira, ou outras iscas você degrada os ninhais de outros peixes, então existe um problema ambiental e social também de crianças trabalhando, trabalho escravo de trabalhar a noite, perto de jacaré, no frio, meu pai teve a ideia de montar uma piscicultura para produzir as iscas”, relata o produtor.

 

Hoje, eles se especializaram na produção de alevinos. No início eram apenas cinco viveiros, agora com aproximadamente seis hectares de lâmina d´água, já são 40, cada um com uma espécie, no total são mais de 15 tipos de filhotes. As telas foram colocadas para proteger dos predatores. 

 

Segundo o empresário, o investimento é alto para montar toda a estrutura , mas compensa, pois, existe demanda para o produto. “Hoje a taxa de lucro gira em torno de 30% só para ter uma ideia um hectare de pintado por ano você colhe bruto R$ 60 mil, por hectare é uma atividade bastante lucrativa mesmo”, diz o produtor.

 

As matrizes ficam separadas.  Os peixinhos são comercializados a partir de três até 20 centímetros. A maioria é vendida para produtores que querem engordar os peixes. A expectativa é montar um frigorifico até o final do ano.

 

“O mercado está muito aquecido e com o plano safra aqueceu muito mais, a procura por alevinos está muito grande não só aqui no Estado, no Brasil inteiro, Piauí, São Luis do Maranhão, toda essa região compra bastante alevinos, então o pessoal não precisa ter medo de investir na área, no fim do ano se tudo der certo, vamos ter um frigorifico para atender a população do nosso Estado, para sair da informalidade para dar uma oportunidade para os produtores que querem engordar peixe, com preço justo e acessível”, diz Luiz Carlos.

 

O consumo de pescado no Brasil ainda tem muito a se desenvolver, por exemplo, consumo de carne e peixe é muito diferente, a média anual de consumo de carne é 100 quilos por pessoa por ano, já a de peixe é de 9 quilos. Um mercado a ser explorado.

 

“É difícil ter em restaurante carne de peixe e carne de boi na mesma quantidade, falta peixe, se o mercado continuar crescendo, os produtores continuarem aumentando o consumo vai aumentar com certeza. Nossa intenção não é competir com o boi, em propriedade que se cria boi e soja, tem possibilidade de se criar o peixe também, agregar valor na propriedade”, finaliza Luiz.

 

O trabalho na propriedade do Luiz Carlos já comporta a participação de estudantes dos cursos de ciências agrárias e de biologia que queiram fazer estágio por lá, para outras informações o telefone de contato é o 3325.5895. (Com colaboração Record Rural)