Produtores rurais protestam em 5 Estados contra demarcações

Entidades do agronegócio farão nesta sexta-feira, 14, manifestações em cinco Estados contra demarcações de terras indígenas. Os protestos serão realizados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, onde produtores correm o risco de perder as terras por causa da demarcação e ampliação de reservas pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

A ideia inicial da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que conta com o apoio da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e de federações estaduais de Agricultura, era promover uma grande paralisação nacional para chamar a atenção da população para a questão indígena, mas depois os organizadores decidiram que cada Estado deve definir o tipo de manifestação. Os movimentos nos Estados serão coordenados por deputados federais Valdir Collato (PMDB), em Santa Catarina, Alceu Moreira (PMDB), no Rio Grande do Sul; Reinaldo Azambuja (PSDB), em Mato Grosso do Sul; Dilceu Sperafico (PP), no Paraná; e Nilson Leitão (PSDB), em Mato Grosso.

A senadora Kátia Abreu (PSD/TO), presidente da CNA, participa da manifestação promovida pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), que será realizada a partir das 9 horas no trevo do município de Nova Alvorada do Sul, a 120 km de Campo Grande. A manifestação em Mato Grosso do Sul chamará a atenção pela gravidade da situação, como a morte a golpe de facões e flechas do sitiante Arnaldo Alves Ferreira, após discussão com indígenas. No final de maio, o índio terena Oziel Gabriel morreu, depois de ser atingido por um tiro durante a ação da polícia para desocupação de uma fazenda.

Em Santa Catarina estão previstas três grandes manifestações na região oeste, palco de conflitos fundiários por causa da demarcação de terras indígenas. A Federação de Agricultura (Faesc) apoia, mas rejeita atitudes radicais como fechamento de estradas e rodovias. No Paraná, a federação estadual de Agricultura (Faep), também orienta que as manifestações sejam pacíficas, “sem fechamento de estradas ou de pontes”. Ágide Meneguette, presidente da Faep, diz que o importante é demonstrar que as ações da Funai devem ser repudiadas e recomenda que nas entrevistas e pronunciamentos as lideranças não forcem “carga contra o índio”. Ele diz que “o índio está sendo usado como massa de manobra pela militância que se instalou na Funai e que comanda ONGs interessadas em estabelecer confusão na área rural”.

Fonte: Estadão