A chegada do verão e a previsão de pancadas de chuva e calor em Mato Grosso do Sul deixam os produtores rurais em estado de alerta, porque em algumas regiões, o volume de precipitação pode ficar abaixo da média.
No sul do estado, o agricultor José Boniatti se preocupa com a produtividade da lavoura, em que não chove há cerca de um mês. A fazenda dele teve 700 hectares plantados na região de Dourados, a 225 km de Campo Grande, onde segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão 75% de toda a área cultivada em Mato Grosso do Sul. A previsão é de pouca chuva nessa região.
“Nós temos a soja precoce que foi plantada no fim de setembro, início de outubro, que está em fase de granação e exige bastante água. Nesses locais não está chovendo, então é preocupante para todo o ciclo da planta”, explica. A maioria das plantações em Mato Grosso do Sul estão na fase de preenchimento de grãos, período em que a planta necessita de água na medida certa, segundo o agrometeorologista Ricardo Fietz.
“É importante que não faltem chuvas, podem ser menores, mas frequentes, que não fique um espaço muito grande de dias entre uma chuva e outra porque a evapotranspiração, que seria a soma da evaporação e da transpiração da cultura, é muito alta nesses dias quentes, principalmente devido à radiação solar que é muito forte”, afirma.
Carlos Lazaro, pesquisador Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), também afirma que muitas lavouras no estado estão em fases críticas por conta da primavera, mas ainda não é possível prever os prejuízos da falta de chuva.
De acordo com a Conab, nesta safra foram plantados 2,2 milhões de hectares de soja e o estado deve colher cerca de 6,4 milhões de toneladas do grão.