Primeiros estrangeiros do Mais Médicos chegam nesta sexta

O Ministério da Saúde anunciou que no começo da tarde desta sexta-feira (23) chegam os primeiros estrangeiros que trabalharão no programa Mais Médicos. A pasta marcou eventos de recepção dos profissionais em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre a partir das 14h.

Segundo o ministério, por enquanto chegam apenas os profissionais de diversas nacionalidades selecionados na primeira rodada de contratação do programa. Os cubanos contratados num convênio com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) ainda não têm data confirmada de chegada.

Em Brasília, a recepção no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek será liderada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A partir da próxima semana os médicos estrangeiros começam um período de três semanas de treinamento, com aulas de português e de avaliação sobre a saúde pública brasileira entre os dias 26 de agosto e 13 de setembro. Depois de avaliados, os médicos receberão um registro profissional provisório, restrito à atenção básica e às regiões onde serão alocados pelo programa.

Na primeira rodada de seleção, 522 profissionais formados no exterior confirmaram sua participação no programa. Do total, 358 são estrangeiros e 162 são brasileiros com atuação em 32 países do mundo. Argentina (141), Espanha (100), Cuba (74), Portugal (45) e Venezuela (42) são os países com maior adesão ao programa.

No total, entre os formados no Brasil e no exterior, 1.618 profissionais foram selecionados no primeiro mês de inscrições do Mais Médicos. O número representa 10,5% dos 15.460 médicos requisitados por 3.511 cidades.

Convênio
Nesta quarta-feria, o ministro Alexandre Padilha anunciou o convênio com a Opas para trazer 4 mil médicos cubanos para atuarem no Brasil até o final do ano. Pelo acordo, o governo brasileiro pagará R$10 mil à Opas e a organização repassará esse dinheiro para o governo cubano. O Ministério da Saúde não sabe informar o valor exato que Cuba vai pagar aos participantes.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (23), o Conselho Federal de Medicina (CFM) voltou a criticar as condições de trabalho a que os profissionais cubanos serão submetidos no Brasil. “Tais regras ferem a legislação brasileira e não podemos concordar com tratamento desumano em nosso país”, afirmou o presidente do CFM, Roberto d’Avila, em comunicado divulgado para a imprensa.

Na opinião do conselho, médicos cubanos que participam de convênios como o que foi firmado no Brasil “vivem sem direito a liberdades individuais, em regime análogo ao de semi-escravidão”.