Presos da Máxima organizam e dão ordem de roubos na Capital

Inquérito sobre três crimes de roubo de veículos e residências comandados por detentos do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande foi concluído pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf).

Participaram dos roubos Lucas Oliveira da Silva, 21 anos; Jean Carlos da Silva, 22; Anderson Lustroza de Oliveira, 23; e Feliphe Chaparro de Oliveira, 26. Detentos identificados como mentores dos crimes foram Adryan Pierre Vieira Romero, Caio Diniz Pereira Oliveira Matos e Hernani Zanin Filho.

De acordo com o delegado Carlos Delano, no dia 30 de janeiro uma advogada de 38 anos foi rendida pelos criminosos quando chegava em casa, no bairro Caiçara.

Lucas e Jean chegaram em um carro, onde estavam também Anderson e Felhipe e, armados, anunciaram o roubo. Eles levaram joias, dinheiro e o carro da vítima, um Honda Accord.

No dia seguinte, carro roubado da vítima foi utilizado em outro roubo, desta vez a uma residência no bairro Chácara Cachoeira.

Os mesmos criminosos aguardaram funcionárias de uma casa de alto padrão chegarem para trabalhar, renderam as mulheres e um morador que estava dentro do imóvel. Depois de agredi-los, fugiram levando joias, dinheiro, celular, tablet, notebook e outros objetos de valor.

Ambos os crimes foram encomendados por Adryan, que está na Máxima desde o ano passado. Ele foi preso acusado de atear fogo em dois ônibus de transporte público e jogar gasolina no corpo do motorista de um terceiro coletivo. A série de ataques ocorreu em represália a treinamento de agentes penitenciários que ocorreu na Máxima.

OUTRO CRIME

No dia 10 de fevereiro, mesmo grupo criminoso praticou outro roubo em residência do bairro Taveirópolis. Desta vez, Lucas e Anderson invadiram a residência, armados, e renderam a família que estava no local.

Enquanto vítimas eram mantidas reféns, Filiphe e Jean roubaram dois automóveis, sendo um Palio e um Citroen. Um adolescente também participou do crime.

Durante investigação, polícia descobriu que roubo foi encomendado e organizado por Caio, Hernani e novamente Adryan. Os três estavam dentro da penitenciária. No curso do inquérito, alguns objetos foram recuperados e devolvidos às vítimas.

PRISÕES E CONFRONTO

Poucos dias depois do último roubo, em 14 de fevereiro, Lucas e Jean Caros foram presos pela Polícia Militar, por associação criminosa.

Anderson e Filiphe foram mortos na noite do dia 16 de fevereiro, em confronto com policiais do Batalhão de Choque, no bairro Belo Horizonte.

Naquele dia, eles estavam de passageiros em um veículo Celta e demonstraram nervosismo ao se depararem com viaturas do Choque, que retornavam de outra ocorrência.

Foi dada ordem de parada e dupla tentou fugir correndo. Filiphe foi encontrado na rua Albert Sabin roubando motocicleta de moto-entregador para fugir. Durante perseguição, suspeito atirou contra os policiais, que revidaram e o atingiram nas costas.

Já Anderson escondeu-se em local escuro na rua João Ribeiro Guimarães e passou a atirar quando viu os militares. Houve confronto e ele foi atingido por quatro tiros no tórax.

Segundo o delegado da Derf, mesmo presos, tanto os mandantes dos crimes quanto os executores foram indiciados por associação criminosa.

 

GLAUCEA VACCARI