Prefeitura de Paris vai retirar os 'cadeados do amor'

Em meio à temporada turística, que sempre reúne apaixonados em pontes históricas de Paris para fixar um cadeado declarando amor eterno e jogando a chave no rio Sena, as autoridades municipais tomaram uma decisão que deixou muitos descontentes: vai retirar os cadeados.

Inicialmente, apenas os cadeados dos locais mais problemáticos serão retirados. Mas a partir desta segunda-feira, a prefeitura já começa a colocar adesivos em todas as pontes que estão com sobrepeso, na esperança de encorajar os casais a compartilharem um “selfie” romântico nas mídias sociais, com a hashtag #lovewithoutlocks (amor sem cadeados), em vez de deixerem cadeados nas muretas.

Em junho, um trecho de cinco metros da Pont des Arts, com um sobrepeso de 500 quilos por conta dos cadeados, caiu. A estrutura de metal teve de ser substituída, o que fez com que a passarela, perto do Museu do Louvre, precisasse ser fechada temporariamente. Outro trecho de grades da ponte, onde os milhares de cadeados agora pesam um total de 54 toneladas, foi substituído no início deste mês.

Os “pombinhos” já migraram para outras pontes, e os cadeados de amor agora adornam também a Pont de l’Archevêché, no pé de Notre Dame; a Pont Neuf, de onde os bateaux-mouches partem; e a Alexandre III, perto do Grand Palais.

“Não queremos transformar isso em uma situação repressiva e punir os turistas, por isso estamos sugerindo um alternativa nas redes sociais”, declarou um porta-voz da prefeitura ao jornal “Le Parisien”.

Até agora, apesar de uma petição on-line promovida por dois americanos pedindo a remoção dos cadeados e uma proibição de seu uso futuro, os turistas têm ignorado as súplicas.

Os dois ativistas, que rejeitam o uso dos alicates para remover os cadeados, discutiram formas de desencorajar a prática e possíveis alternativas no final de junho com as autoridades da cidade. Eles propõem folhetos em diferentes idiomas para informar os visitantes que as pontes estão protegidos por estatuto de Patrimônio da UNESCO, e uma proibição da venda de cadeados por vendedores ambulantes.