Prefeitura começa caça a 100 médicos fantasmas da rede pública

Ao menos uma centena de médicos que atuam na rede pública de saúde de Campo Grande é de fantasmas, de acordo com reportagem na edição desta quinta-feira (22) do jornal Correio do Estado. É a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) que abriu uma série de processos administrativos contra esses profissionais, entre eles o vereador e pediatra concursado pela prefeitura, Paulo Siufi Neto. O Ministério Público Estadual (MPE) também investiga a situação.

 

Segundo a reportagem de Lúcia Morel, uma sindicância da prefeitura encerrada agora em agosto mostra que Siufi cumpria apenas 13% da carga horária devida, que seria de 20 horas. A investigação identificou que, entre 2008 e 2013, das 7.680 horas que o parlamentar deveria ter cumprido na Unidade Básica de Saúde (UBS) Manoel Carneiro, no distrito de Aguão, na saída para Rochedo, ele cumpriu apenas 13,34%, ou 1.024 horas. No mesmo período, o rendimento de Siufi somou cerca de R$ 324,9 mil.

 

A documentação mostra que o vencimento-base de Siufi era de R$ 2.751,59 até janeiro deste ano, mas sua remuneração passou dos R$ 6 mil em alguns meses. Em maio deste ano, por exemplo, o valor líquido do holerite foi de R$ 4.128,18. Além do vencimento-base, o montante alcançava esse valor devido a um adicional por tempo de serviço de R$ 639,91 e uma gratificação de R$ 1.791,73 por trabalhar em “local de difícil acesso”.

 

Intimidação

 

O vereador Paulo Siufi afirmou que as denúncias feitas contra ele são uma tentativa do prefeito Alcides Bernal de “mudar o foco” e “intimidá-lo”. Isso porque o parlamentar preside as comissões parlamentares de inquérito da Inadimplência e do Calote, que investiga supostos contratos irregulares da administração municipal com empresas fornecedoras. “Mas quanto a isso eu estou tranquilo”, ressaltou o vereador.