Preço do feijão carioca dispara

Para o analista de mercado Auro Nagay, o consumo deve retrair diante do reajuste

No ano passado, o feijão carioca atingiu o ápice da cotação no mês de dezembro e, de lá pra cá, os preços estão cada vez mais altos. O carioca extra (nota 9), por exemplo, saltou de R$ 205 a saca de 60 quilos (última cotação de dezembro) para R$ 400 na sua última cotação no mês de maio.

No mês de maio, a variação do reajuste também é grande, cerca de 61% dentro do mês. Conforme dados da empresa Bolsinha Informativos, o carioca extra nota 9 abriu o mês de maio custando R$ 247,50 a saca de 60 quilos e, no último dia do mês, foi cotado a R$ 400 a saca.

Ainda que o preço tenha sofrido forte reajuste nos últimos dias, conforme o analista de mercado Auro Nagay, alguns produtores que possuem feijão colhido ainda estão aguardando para ver até onde chegam os preços.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estimou quebra de 17% na produção da segunda safra de feijão, em comparação com a safra anterior. Já, em Minas Gerais, as perdas devem ser em torno de 20 a 30% conforme analisa Nagay. Estes números são bastante significativos, uma vez que são os dois maiores estados produtores de feijão do país.

“As condições climáticas adversas afetaram as lavouras de forma significativa desde o início do plantio da safra 2015/16. Enquanto a primeira safra de feijão sofreu com o calor intenso, a segunda safra foi afetada pelas precipitações irregulares e baixa luminosidade. Isso fez com que a qualidade do produto ofertado no mercado fosse inferior. Ou seja, a maioria do feijão está com defeito, peneira baixa e alta umidade.

Os altos preços do feijão ainda não refletiram no bolso do consumidor, o que deve acontecer, somente a partir do final de junho. É provável que o quilo do feijão chegue a R$ 10 para o consumidor. Acredito que, por causa desse preço, o consumo diminuirá e, dessa forma, não faltará feijão no mercado, mesmo com essa quebra na produção dos principais estados produtores”, analisa Nagay.

Informações

  • Auro Nagay – Analista de Mercado
  • Telefones: (34) 3314-5000 / (34) 9 9167-0536
  • E-mail: auro@bolsinha.com.br

Fonte: Portal do Agronegócios