Polícia negocia com sequestrador em Sydney; cinco reféns escapam

Veja/GA

 


 

A polícia australiana confirmou que negocia com o homem armado que faz diversos reféns em um café de Sydney desde a noite deste domingo (manhã de segunda-feira na Austrália). As autoridades do país não deram detalhes das conversas, mas reféns ligaram para três veículos de comunicação diferentes dizendo que o sequestrador tem duas demandas: exige falar com o primeiro-ministro Tony Abbott e quer uma bandeira do grupo terrorista Estado Islâmico. O sequestrador, que se intitula “O Irmão”, alega que há duas bombas escondidas no café e outras duas no centro financeiro de Sydney.

O drama na cafeteria e loja de chocolates Lindt Chocolat Café, localizada no turístico Martin Place, já dura dez horas. Ninguém sabe ao certo o número exato de reféns mantidos no local, mas as autoridades de segurança especulam que até trinta pessoas possam estar lá. O repórter Chris Reason, do canal de TV Channel 7, sediado no Martin Place, consegue ver de seu escritório parte da cafeteria. Segundo ele, há cerca de 15 reféns. A cafeteria está completamente cercada por centenas de policiais fortemente armados. Até agora, cinco reféns, três homens e duas mulheres, conseguiram escapar correndo do local – um deles está internado em observação, mas passa bem. A polícia não esclareceu se esses reféns foram liberados nas negociações com o sequestrador ou se fugiram.

Nenhuma informação sobre a identidade do sequestrador foi divulgada e não se sabe se ele tem ligações com o Estado Islâmico ou se é apenas um simpatizante do grupo terrorista. O cerco começou depois que testemunhas viram um homem carregando uma mochila esportiva com uma arma dentro. Ao notar a aproximação da polícia, o suspeito entrou na cafeteria e deu início ao sequestro. Os reféns foram forçados a ficar na frente das janelas, com as palmas das mãos encostadas no vidro. Dois deles seguraram uma bandeira com dizeres enaltecendo Alá e Maomé.

Ameaça terrorista – A radicalização de jovens islâmicos no país e o grande número de australianos que aderiu ao jihadismo e viajou ilegalmente à Síria e ao Iraque para lutar ao lado do EI são uma preocupação crescente para a Austrália, que nos últimos meses aumentou o alerta de ameaça terrorista e endureceu suas leis antiterror. Em setembro, quinze pessoas suspeitas de planejar ataques terroristas no país foram presas. A Austrália faz parte da coalizão de nações que luta contra o EI.

O primeiro-ministro Tony Abbott conduziu uma reunião de emergência e em seguida afirmou que o ato tem “motivação política”. “É chocante que inocentes sejam feitos reféns de uma pessoa armada que alega motivações políticas”, disse ele. Abbott também agradeceu o apoio recebido de outros líderes mundiais. O premiê não comentou as exigências do sequestrador.

 

 

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