Polícia Federal liberta 6 paraguaias mantidas como escravas

A PF (Polícia Federal) fechou, na madrugada desta quinta-feira (28), um estabelecimento de exploração sexual na cidade de Naviraí, a 359 km de Campo Grande.
 
Conforme o delegado Guilherme Guimarães Santana, o local funcionava como uma casa de prostituição e tinha sete mulheres paraguaias, com idades entre 18 e 32 anos, mantidas em situação de escravidão. Um homem de 31 anos foi preso suspeito de ser o dono do local, mas nega envolvimento no crime.

Conforme Santana, o caso foi descoberto quando três das vítimas foram até a delegacia de Polícia Civil fazer uma denúncia de agressão contra o suspeito. A polícia suspeitou da situação e uma equipe da Polícia Militar foi encaminhada ao local checar o caso. Eles descobriram sobre o tráfico de pessoas e o caso chegou até a PF.

As mulheres contaram à polícia que conheceram o suspeito no Paraguai. Ele prometia trabalho e dinheiro para levá-las a Naviraí. Algumas vezes ele chegava a dar um adiantamento para que as vítimas entregassem às famílias antes da viagem.

Quando elas chegavam ao local, segundo Santana, eram informadas de que tinham uma dívida com o suspeito em função da viagem, da estadia, além de roupas e produtos de higiene e que deveriam fazer programas para pagá-la.
 
O homem recebia por todos os programas que elas faziam. Elas não eram impedidas de sair, mas a cada vez que deixavam o estabelecimento, uma quantia era somada ao débito.

Algumas delas disseram que tinham medo de contar à polícia a respeito da situação em que viviam. Das sete mulheres encontradas, de acordo com o delegado, uma não se prostituía e atuava como cozinheira das demais vítimas.

O local onde elas moravam, conforme o Santana, era atrás do bar onde elas atendiam aos clientes. Tratava-se de um quarto para todas. O banheiro ficava ao lado do local onde elas faziam comida, não tinha porta e paredes.

As mulheres foram levadas para a delegacia de Polícia Federal, onde foram ouvidas. Em seguida, encaminhadas para o departamento de imigração e notificadas a deixarem o país em cinco dias. Conforme Santana, uma vez no Paraguai elas só poderão voltar ao Brasil se regularizarem a situação como imigrantes.

O dono do estabelecimento está em uma das celas na delegacia de Polícia Federal. A mulher dele também foi apontada como suspeita do crime e também nega. Ela foi ouvida e liberada, pois não estava no local no momento do flagrante.

Os dois foram indiciados pelos crimes de trabalho escravo, manter estabelecimento de exploração sexual, tirar proveito da prostituição alheia e promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição.