Pesquisas não iludem mais os eleitores?

Os eleitores de Bela Vista não acreditam nas pesquisas, consideram que elas podem ser manipuladas e acabam levando os eleitores a escolher candidatos que não estão preparados para assumir um cargo político importante.

 

A informação divulgada a granel nos jornais e sites de que “a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos” e de que o nível de confiança de uma pesquisa “é de 95%” sugere que é quase impossível errar o prognóstico. Nos últimos pleitos, essa chancela de credibilidade matemática tem se demonstrado frágil e a polêmica voltou à baila em Bela Vista, que praticamente nas duas ultimas eleições 2008 e 2012 as pesquisas eleitorais foram um verdadeiro fiasco de erros.

 

Toda vez que a imprensa divulga ou publica os resultados das pesquisas eleitorais, seja participante de algum grupo político ou simplesmente eleitor, surge em nossa mente uma dúvida: Será que devemos confiar nos dados apresentados de intenções de votos?

 

Os métodos e modelos dos grandes institutos de pesquisa são questionáveis. Além de serem imprecisos, os levantamentos não inspiram confiança e tornam as “margens de erro” ficção.

 

Esses estranhos arranjos nos números podem confundir o eleitorado. Não e toa, o jornalista Jânio de Freitas, da Folha de São Paulo, deu um puxão de orelhas nos Institutos ao escrever que “há um mal estar disseminado com as pesquisas”. Os resultados apresentados, e as suspeitas de confiabilidade, metodologia e aplicação tornam a questão ainda mais complexa.

 

Cada dia que passa as pesquisas da véspera da eleição não tem intenção de acertar o número da urna e que o eleitor decide o voto “cada vez mais em cima da hora”, isso ficou provado na ultima eleição em Bela Vista, as pesquisas foram um fracasso total.

 

Os resultados das pesquisas eleitorais divulgados pela imprensa não foram capazes de influenciar o voto da maioria dos bela-vistenses que tiveram acesso aos dados na ultima eleição para prefeito.

 

Em 2012 o Instituto de Pesquisa de Mato Grosso do Sul (Ipems) divulgou amostragem, encomendada pelo Correio do Estado, apontava que o candidato Abraão Zacarias (PMDB) venceria as eleições com 55% dos votos, e o candidato oponente, Renato de Souza Rosa (PSB), conhecido como Dr. Renato, coligação “Reaja Bela Vista”, tinha apenas 30% das intenções de voto.

 

Nessa eleição o erro da pesquisa foi grotesco, pois a diferença foi de apenas 84 votos, ou seja, apenas meio por cento de diferença. Ai fica a pergunta, porque as pesquisas têm errado tanto em Bela Vista.

 

Eleições suplementar

 

Novamente as pesquisas cometeram erros nas eleições suplementares, quando na oportunidade o candidato Dr. Renato de Souza Rosa (PSB) não venceria a eleição – o resultado das urnas elegeu Renato com 41,90% dos votos, deixando o segundo colocado Marco Palmieri (DEM) com apenas 29,11% dos votos.

Em terceiro lugar Reinaldo Piti (PSDB) com 18,05% que era favorito de acordo com pesquisa divulgada na época, enquanto que a Professora Orlanda (PHS) aparece 10,93%.

 

Eleições 2008

Infelizmente tem se tornado comum a publicação de pesquisas feitas a poucos dias das eleições, com resultados completamente diferentes uns dos outros.

Em 2008 a mesma situação, as pesquisas não acertaram novamente o resultado, sendo eleito Chico Maia (PT) Com 5.497 votos, ficando o então líder nas pesquisas candidato do PMDB Abraão Zacarias com 4 770 votos e em terceiro lugar Fernando Jorge com 2.406 votos.

 

Pesquisas com resultados diferentes confundem eleitores as vésperas da eleição.  

 

Diferenças entre institutos só causam danos à credibilidade das pesquisas. Eventuais pesquisas manipuladas não prejudicam somente o eleitor ou o candidato que é vítima de uma jogada política, mas também prejudicam a democracia, minam a credibilidade de um instrumento útil ao eleitor.

É claro que os institutos de pesquisa podem errar, não são infalíveis, porem, o que não pode ocorrer é agirem de má-fé, atendendo interesses próprios de candidatos que desejam a todo custo ver seu nome no primeiro lugar das intenções de voto, apesar de saberem que tal fato não condiz com a realidade.

Não precisamos ir longe para dar exemplos de casos em que foram publicadas pesquisas as vésperas da eleição, cujos resultados se mostraram totalmente diferentes quando as urnas foram abertas.

Pesquisas não decidem eleições, mas elas têm um impacto sob a influência do eleitorado, pois muitas vezes modificam a percepção pública sobre os candidatos, por isso não pode ser comercializado como um produto, que se fosse leite, intoxicaria os consumidores, pois envenena a democracia.

Fica o aviso ao eleitor. Não deixe que as pesquisas publicadas “no apagar das luzes” da campanha se tornem o único motivo para decidir em quem votar, pois muitas vezes o resultado divulgado representa apenas a “ultima cartada” de candidatos para iludir o eleitorado.

 

Punição e multa

 

Em 2010, as diferenças entre pesquisas e urnas suscitaram a indignação do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) que propôs o Projeto de Lei 96/11. Nele, o parlamentar pede alteração da lei eleitoral 9.504/97 e solicita maior punição a institutos de pesquisa envolvidos em levantamentos fraudulentos. “A margem de erro seria um caso. E se você fizer dessa pesquisa um instrumento para se eleger, aí é uma fraude que deve ser punida de acordo com a lei”.

 

Redação Jatobanews