Pesquisa diz por que tendemos a não excluir contatos irritantes do Facebook

Pesquisadores da Universidade de Nottingham Trent, na Inglaterra, analisaram milhares de relacionamentos no Facebook e descobriram que pessoas com perfil mais arruaceiro também têm uma tendência a serem socialmente populares, e por isso as pessoas muitas vezes têm medo de desfazer a amizade online com eles, como um tipo de “necessidade social”.

A equipe observou contatos de 52 usuários do Facebook entre as idades de 13 e 45, chegando a um total de 5.113 contatos na rede social.

Em seguida, foram obtidas amostras aleatórias de 100 desses amigos e foi pedido aos participantes da pesquisa que avaliassem estes amigos em termos de desacordo online, proximidade relacional e frequência de comunicação.

Os pesquisadores descobriram que as divergências eram mais frequentes em usuários de 19 a 21 anos de idade. Manter amizades online com os brigões pode ser uma maneira de “ficar de olho” sobre essas pessoas ao passo que permite evitar o confronto pessoal com elas.

No entanto, as respostas revelaram que apesar da popularidade online dos “desordeiros”, o pouco contato dos participantes da pesquisa com estas pessoas na “vida off-line” não era maior do que na internet.

“As pessoas estão gastando mais e mais tempo online tornando-se mais vulneráveis à tensão social potencialmente prejudicial e desacordos”, disse Sarah Buglass, estudante de PhD da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Nottingham Trent.

“Nosso estudo explorou as características das pessoas que possam estar mais propensas a causar este tipo de problema em uma rede social online”, complementou.

“Parece que eles [os participantes do estudo] não querem se comunicar com os desordeiros online sob risco de danificar sua própria reputação, mas ao mesmo tempo eles não parecem querer desfazer a amizade também. As pessoas não querem correr o risco de causar tensão off-line com seus amigos, familiares ou colegas, desligando-os de suas vidas online. Manter a ‘amizade’ online com os encrenqueiros parece ser uma necessidade social para alguns”, explicou a pesquisdora.

UOL