Pele negra demanda cuidados específicos no verão. Saiba quais

Tropical summer holiday fashion concept - tanning woman on a wooden pier

Manchas, foliculite e oleosidade são problemas que podem se agravar com o calor

CHEGA O VERÃO e, junto com ele, aquela vontade de aproveitar o máximo do sol e do calor. Para isso, no entanto, é preciso REDOBRAR OS CUIDADOS COM A PELE – INCLUSIVE, A NEGRA, ainda que seja considerada mais resistente em comparação às outras. “A principal vantagem dela é que tem MAIOR QUANTIDADE DE MELANINA, PIGMENTO QUE PROTEGE CONTRA AS AÇÕES DOS RAIOS ULTRAVIOLETAS”, diz o Dr. Luciano Morgado, especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da qual é membro titular. “Todavia, não se deve abrir mão de passar o protetor solar”.

A PELE NEGRA PODE MANCHAR?
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De acordo com o Dr. Rafael Ferreira, especialista em cosmetologia e estética e doutor em medicina celular e molecular da Clínica Rafael Ferreira, a PIGMENTAÇÃO ESCURA CAMUFLA A INFLAMAÇÃO, que seria o fundo avermelhado. “Por esse motivo, os sinais de irritação cutânea são mais difíceis de serem identificados”, explica. “E qualquer irritação pode desencadear uma cascata de sinalização que faça a célula produtora de cor (chamada de melanócito) atuar em excesso, GERANDO AS MANCHAS – as quais podem ser transitórias ou permanentes”.

NADA DE FPS 4, HEIM?

Segundo ele, NO BRASIL, O ÍNDICE DE RADIAÇÃO UV É MUITO ALTO, frequentemente atingindo o pico de 14 (máximo da escala) nos meses mais quentes. “Em condições de exposição convencional, como no dia a dia e trabalho, a proteção mínima pode ser na casa do FPS 25; já na praia, NUNCA ABAIXO DE FPS 30”, recomenda. “Em longo prazo, o sol pode estimular o aparecimento de câncer, mesmo na pele negra”, fala o Dr. Morgado.

De qualquer maneira, é importante se lembrar de reaplicar o filtro ao menos duas vezes ao dia, ou sempre que ele for parcialmente removido, por contato com a água, suor, trocas de roupa ou ventos fortes.

OLEOSIDADE SOB CONTROLE
Close-up looking down on a smiling woman with towels wrapped around her hair and body and her hand on her shoulder.
“A PELE NEGRA PODE APRESENTAR MAIS OLEOSIDADE, o que lhe confere maior poder de hidratação. Todavia, as agressões externas podem acentuar ainda mais esta característica”, aponta o Dr. Ferreira. Conforme suas recomendações, é necessário um bom desengordurante, como o sabonete líquido. “Este pode ser enriquecido com ÁCIDO SALICÍLICO para controle da adversidade; HAMAMÉLIS, para efeito calmante; EXTRATO DE PRÓPOLIS para ajudar a combater a atividade bacteriana; ou ÁCIDO MANDÉLICO para fazer uma esfoliação química suave”. O Dr. Morgado indica também a limpeza com ADSTRINGENTES QUE CONTENHAM TRICLOSANO na fórmula (frente até ao aparecimento de acne).

TCHAU, PELO ENCRAVADO!

“Em geral, as pessoas de PELE NEGRA TÊM MAIOR PREDISPOSIÇÃO A QUE OS PELOS NASÇAM ENCURVADOS, provocando então o encravamento e a FOLICULITE (INFLAMAÇÃO DOS ORIFÍCIOS FOLICULARES)”, ele coloca. “Para amenizar um pouco a condição, podem ser usados esfoliantes leves nas regiões afetadas duas a três vezes por semana, seguindo-se a utilização de um bom hidratante suave. O dermatologista também pode fazer a prescrição de loções com antibióticos e corticoides tópicos, que amenizam a inflamação e a foliculite”.

Produtos com agentes como a SEMENTE DE APRICOT, TÂMARAS OU ROMÃ FAVORECEM A RENOVAÇÃO DÉRMICA, assim como o emprego de buchas de piaçavas e COSMÉTICOS COM ESFERAS DE POLIETILENO, pontua o Dr. Ferreira. Além disso, substâncias à base de enxofre e o já citado extrato de própolis são boas pedidas para complementar a prevenção contra contaminação oportunista dos germes.

Close-up Of Young African Woman Receiving Epilation Laser Treatment On Face
Close-up Of Young African Woman Receiving Epilation Laser Treatment On Face

“Na depilação, procure fazer O MOVIMENTO DA LÂMINA SEMPRE NO SENTIDO DE NASCIMENTO DOS PELOS”, recomenda o Dr. Morgado. “Quando houver tempo hábil, fora dos períodos de sol, a depilação a laser pode ser um tratamento definitivo para o problema”.

ATENÇÃO AO QUELOIDE

O mesmo especialista afirma que, por tendência genética, há MAIOR CHANCE DE FORMAÇÃO DE QUELOIDE E DE CICATRIZES HIPERTRÓFICAS nas cútis mais escuras – principalmente em locais como tórax e mandíbula. “Pelo fato de possuírem mais melanina, têm maior propensão a manchar após pequenos traumas (machucados), picadas de inseto ou procedimentos cirúrgicos e estéticos, como laser e aplicações em varizes”, enfatiza. Em seguida a uma operação, e após a retirada dos pontos, por exemplo, podem ser colocadas FITAS ADESIVAS COM CORTICOIDE E MEDICAMENTOS COM SILICONE E VITAMINA C, de forma a evitar tais situações. “Caso o paciente tenha histórico familiar, durante a intervenção pode ser feita uma infiltração de corticoide nas bordas cirúrgicas e, eventualmente, PROCEDER A BETATERAPIA OU BANHO DE ELÉTRONS NA CICATRIZ no pós-operatório”.

Para o Dr. Ferreira, no processo inicial de hipercicatrização, é possível lançar mão da rádio frequência e de lasers menos invasivos ou agressivos. Já para a diminuição de marcas constituídas, são indicadas as técnicas de agulhamento, luz intensa pulsada e os INIBIDORES DE MATIZ, COMO O BETAMETASONA – tudo com o aval de um profissional, é claro!

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