Passeata contra vereadores pode abrir guerra entre evangélicos e homossexuais em Campo Grande

Wendell Reis

Uma passeata programada para acontecer nesta sexta-feira (12) promete muita polêmica em Campo Grande. O manifesto, organizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais tem como tema “Parada da Cidadania, Quem quer Respeito não tira Direitos”. No manifesto os participantes devem fazer pedido de “fora” a políticos evangélicos.

O movimento tem como principal alvo o deputado federal Marco Feliciano (PSC), que foi alvo de protestos de quem não aceitava ele como presidente da Comissão de Direitos Humanos. Porém, na Capital os alvos são os vereadores evangélicos Elizeu Dionízio (PSL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, e Herculano Borges (PSC), agora secretário da Juventude.

Questionado sobre o movimento, o vereador Elizeu Dionízio não mostrou preocupação e avaliou a questão como política, já que a presidente da Associação dos Travestis, Cris Stefanny, é filiada ao PPS, que atualmente integra a base de sustentação do prefeito Alcides Bernal (PP).

“Não tem problema nenhum. Eu quero ser respeitado, da mesma forma que eles”, explicou o vereador. Elizeu descredencia o momento por entender que ele se diz de inclusão e já começa pedindo a exclusão. “Não tem legitimidade um movimento de inclusão em que o primeiro ato é “fora Elizeu” sem ao menos me ouvir”, criticou.

Elizeu Dionízio é um dos vereadores que fazem oposição ao prefeito Alcides Bernal na Câmara. Por isso, avalia que o movimento com pedidos de fora Elizeu tem interesses meramente políticos, o que não lhe traz preocupação. “O tiro vai sair pela culatra. O povo evangélico é muito maior do que o movimento gay”, finalizou.

O manifesto em Campo Grande tinha como foco a Marcha pela Família que aconteceria nesta sexta-feira em Campo grande e teria como principal convidado o deputado Marco Feliciano. Porém, o movimento foi adiado porque Feliciano não poderia ver. A previsão é de que a marcha aconteça no dia 26 de agosto, quando a Aliança Evangélica de Mato Grosso do Sul pretende reunir 20 mil pessoas em defesa da instituição família.