Para Dilma, suspensão do Mercosul não afetou relação com Paraguai

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (30) que, apesar da suspensão do Paraguai do bloco econômico Mercosul, a relação do país com o Brasil se manteve “intacta”. Ela se reuniu por cerca de uma hora e meia com o presidente paraguaio Horacio Cartes no Palácio do Planalto nesta manhã.

Em entrevista após o encontro, Dilma disse que o Paraguai está em processo de volta ao bloco. O país foi suspenso após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.

“O Brasil tem todo o interesse nessa volta e também no fato de que a nossa relação bilateral. Como vocês podem ver, nós mantemos [a relação] intacta. Não houve consequência nenhuma”, disse.

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Dilma Rousseff fez declaração à imprensa após reunião com o presidente Horacio Cartes, do Paraguai (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Dilma Rousseff fez declaração à imprensa após reunião com o presidente Horacio Cartes, do Paraguai (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Em reunião de cúpula em julho, o Mercosul havia aprovado a reincorporação do Paraguai ao bloco, mas o processo ainda não foi concluído. Durante a suspensão do país, o Mercosul aprovou a entrada da Venezuela, sem o consentimento do Paraguai. Um dia depois de tomar posse, em agosto de 2013, Cartes disse que o Paraguai voltaria ao Mercosul quando os chanceleres dos países do Mercosul encontrassem uma solução para o problema jurídico causado pela adesão da Venezuela sem a presença ou aprovação paraguaia.

Durante declaração à imprensa nesta segunda, após a reunião com Cartes, a presidente Dilma disse que o Paraguai é importante para o Mercosul e ressaltou que o bloco integra “da Patagônia ao Caribe”. “Me refiro à Venezuela”, disse a presidente.

“Nós discutimos bastante sobre a questão do Mercosul e reiterei ao Cartes a importância que o Brasil dá a participação do Paraguai no Mercosul. Nós consideramos que essa participação tem um significicado muito importante neste momento e consideramos também que, por sermos capazes de integrar da Patagônia ao Caribe, me refiro à Venezuela, tornamos a nossa região com tecido mulitlateral muito mais forte”, afirmou Dilma.

“Seja na Unasul, Mercosul, o Paraguai será sempre um país estratégico para o Brasil”, concluiu.

Energia
Dilma disse que um “símbolo” da integração entre os dois países é a linha de transmissão 500 kV entre a usina de Itaipu, em Hernandárias, e a subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção, no Paraguai. A inauguração da linha está prevista para novembro.

“Tanto é assim que essa linha de transmissão, de 322 milhões de dólares de financiamento, ela está sendo concluída. Ela fica pronta agora em outubro”, disse a presidente.

“Isso é um símbolo do seguinte: tudo o que ocorreu não afetou. Não deixamos que afetasse as relações concretas que existem entre nossos países e não prejudicamos em nenhum momento a população do Paraguai. Eu acredito que o presidente Cartes fará muita diferença nesse processo”, afirmou.

A presidente disse ainda que a obra vai permitir atrair investidores para o Paraguai e “contribuirá para a industrialização do paí,s gerando emprego e renda e integração das nossas cadeias produtiva”.  “Ganha o Paraguai e ganha o Brasil”.