Onda de protestos toma País, mas reação é manchada por morte

Em uma noite onde as manifestações marcadas para acontecer em todo o Brasil teriam clima de festa e comemoração após a diminuição da tarifa do transporte público em vários Estados, o País registrou a primeira morte de um manifestante desde o início dos protestos. Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, um jovem morreu atropelado durante um ato que mobilizou 20 mil pessoas. Marcos Delefrate, 18 anos, foi atingido junto com outras 11 pessoas por uma camionete que avançou na avenida João Fiúsa. Ele chegou a ser socorrido por uma equipe do Samu, mas não resistiu. Algumas das outras vítimas do atropelamento receberam atendimento e estão em estado grave. O condutor do veículo – registrado em nome de uma empresa – fugiu sem prestar socorro. Ainda assim, o tom do início dos protestos de hoje foi pacífico – mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas no País inteiro, mobilizadas contra o aumento das passagens e outras causas.

A situação na cidade do interior paulista contrastou com o cenário da capital, que viu uma manifestação de festa na noite de hoje, após anúncio do prefeito Fernando Haddad (PT) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) da suspensão do aumento da tarifa do transporte público na cidade. O Movimento Passe Livre (MPL), que organizou os protestos, considerou o dia como uma “vitória”. “O MPL deu o exemplo, colocou o povo para participar do processo democrático”, disse o professor Lucas Monteiro, 29 anos, integrante do MPL.

Assim como nos demais atos em São Paulo, o de hoje não conseguiu evitar confusões entre manifestantes contrários à exibição de bandeiras de partidos políticos e militantes de movimentos sociais e de partidos. Um grupo de homens usando toucas ninja para esconder o rosto atacou militantes com socos e pontapés e provocou correria na avenida Paulista. Pelo menos um manifestante foi visto sangrando na cabeça depois do confronto. Dos símbolos em camisetas e bandeiras no grupo “vermelho”, pode-se identificar a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o Partido dos Trabalhadores (PT), sendo os militantes petistas o “alvo” principal da contrariedade dos “apolíticos”. O MPL se manifestou dizendo que “militantes de extrema direita querem dar ares facistas a esse movimento”.