O eterno retorno: assim como Pato, esses jogadores sempre deixaram saudade nos clubes.

Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

No dia 6 de dezembro de 2015, Pato ficou no banco do São Paulo na vitória por 1 a 0 contra o Goiás e se despediu do clube. Em junho de 2016, o Tricolor já o monitoravae sonhava com um possível retorno. Em maio de 2018, o atacante visitou o Morumbi e não descartou a volta ao clube. Em março de 2019, ele é anunciado na equipe paulista.

Não foi a primeira vez, e provavelmente não será a última, que um jogador deixa saudades no Brasil, ganha as manchetes a cada janela de transferências e, por fim, retorna ao país. O movimento é comum. O eterno retorno no futebol brasileiro.

Para quem não está familiarizado com a tese do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, eis um resumo: o mundo vive em um ciclo de repetições infinitas. Está preso a um número limitado de fatos. O passado, o presente e o futuro ocorrendo repetidas vezes, eternamente, sempre com os mesmos acontecimentos.

Para quem não entendeu, o GloboEsporte.com tenta explicar com uma lista de alguns nomes recentes que, assim como Pato, deixam os torcedores brasileiros com aquela sensação de que nunca se foram.

CONCA

Após ser vice da Libertadores e campeão brasileiro com o Fluminense, Conca rumou para o Guangzhou Evergrande, da China, em 2011. Até que ele voltasse ao clube, foram dois anos e meio alimentando o sonho do esperado retorno. Isso aconteceu em 2014, mas durou apenas uma temporada. Ele voltou à China, onde ficou mais dois anos e depois retornou ao Brasil. Mas não no Tricolor. Para o rival Flamengo, onde somou 27 minutos em três jogos. Atualmente, está no Austin Bold, de uma liga secundária dos Estados Unidos.

Conca, em seu retorno ao Fluminense, no início de 2014 — Foto: Fernando Cazaes/PhotocameraConca, em seu retorno ao Fluminense, no início de 2014 — Foto: Fernando Cazaes/Photocamera

Conca, em seu retorno ao Fluminense, no início de 2014 — Foto: Fernando Cazaes/Photocamera

DIEGO TARDELLI

“Minha parte está pronta. Torcida chata tá tá tá tá tá tá tá. É nosso de novo!”. Assim, em fevereiro de 2013, o então presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, escrevia anunciava, no Twitter, algo que a torcida clamava há dois anos: o retorno de Diego Tardelli. O atacante foi artilheiro do Brasileirão de 2009 e campeão mineiro de 2010 no Galo. Passou pela Rússia e pelo Qatar até seu primeiro retorno.

Em 2015, depois do título da Copa do Brasil em cima do rival Cruzeiro, foi para o milionário futebol chinês. Quem acompanhou seu dia a dia no Shandong Luneng pelo Twitter viu que o Atlético-MG ocupou muito tempo do atacante na concentração. Tardelli fez visitas ao clube no período. Negociou. Mas a segunda volta não aconteceu. Ele está agora com o Grêmio.

LUIS FABIANO

Eis um retorno que demorou para acontecer. Foram sete anos de espera, mas havia sempre aquela sensação de que tudo era questão de tempo. Após cansar de fazer gols pelo São Paulo entre 2001 e 2004, Luís Fabiano rumou para o Porto e, depois, fez sucesso no Sevilla, com duas conquistas da Liga Europa. Em março de 2011, o Tricolor pagou 7,6 milhões de euros (R$ 20 milhões, na cotação da época) e o tirou da Espanha. Sua apresentação no Morumbi contou com 45 mil pessoas. Em 2016, ele foi para a China. Teve passagem tímida no Vasco em 2017 e, desde então, está sem clube e luta contra problemas no joelho. Mas chegou a ser cogitado no São Paulo.

Luis Fabiano cumprimenta a torcida em sua apresentação no Morumbi São Paulo 2011 — Foto: Marcos RibolliLuis Fabiano cumprimenta a torcida em sua apresentação no Morumbi São Paulo 2011 — Foto: Marcos Ribolli

Luis Fabiano cumprimenta a torcida em sua apresentação no Morumbi São Paulo 2011 — Foto: Marcos Ribolli

NILMAR

No dia 12 de junho de 2012, a seguinte manchete foi destaque no GloboEsporte.com: “Inter revela que Forlán foi oferecido, mas segue focado em Nilmar”. Um mês depois, o uruguaio chegaria ao Colorado, e o atacante formado no clube desistiria de acertar o que seria seu segundo retorno. Mas nada impediu que, em 2014, Nilmar começasse sua terceira passagem no clube.

Ele atuou por Lyon, entre 2004 e 2006, Villarreal, entre 2009 e 2012, Al Rayyan e El Jaish, ambos do Catar, e Al Nasr, dos Emirados Árabes. Nunca passou por uma janela de transferências internacional sem que estar na pauta de vários clubes, especialmente do Colorado. Nilmar agora está sem clube, desde que rompeu seu suspendeu seu contrato com o Santos em 2017, para tratar uma depressão. Mas não deixou de ir ao Beira-Rio.

Nilmar, em sua segunda passagem pelo Inter, após o título da Sul-Americana de 2008 — Foto: Reprodução/Zero HoraNilmar, em sua segunda passagem pelo Inter, após o título da Sul-Americana de 2008 — Foto: Reprodução/Zero Hora

Nilmar, em sua segunda passagem pelo Inter, após o título da Sul-Americana de 2008 — Foto: Reprodução/Zero Hora

RAFAEL SOBIS

Outra manchete do GloboEsporte.com vai ajudar a explicar por que Rafael Sobis aparece aqui: “Sem Nilmar, Inter volta ao mercado e entra na briga por Rafael Sobis”. É de 2012. Se você leu o destaque acima, percebeu que o Colorado estava desesperado atrás de um ídolo. Não foi aquela vez que Sobis retornaria ao clube onde se consagrou.

Rafael Sobis Internacional Nilmar GloboEsporte — Foto: Reprodução/GloboEsporteRafael Sobis Internacional Nilmar GloboEsporte — Foto: Reprodução/GloboEsporte

Rafael Sobis Internacional Nilmar GloboEsporte — Foto: Reprodução/GloboEsporte

Depois de levantar a Libertadores em 2006, o atacante jogou no Real Betis e no Al Jazira, dos Emirados Árabes. Seu primeiro retorno aconteceu em 2010, para o Bi da América. Desde então, foram oito anos em pauta no Colorado. Mas só agora, em 2019, a volta se concretizou, depois de rescindir com o Cruzeiro.