No primeiro semestre, 237 meninas de 10 a 14 anos se tornaram mães

Apesar das campanhas de conscientização nas escolas, o índice de gravidez na adolescência ainda é alto em Mato Grosso do Sul. Do ponto de vista médico, a gravidez na adolescência é avaliada em duas faixas etárias: 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. Nesta primeira fase, além do corpo em fase de desenvolvimento, as mães também encontram maior dificuldade na aceitação da gestação. Em relação a esse principal grupo de risco, com mães com idade entre 10 e 14 anos, os dados da saúde apontam 237 partos no primeiro semestre, no Estado, de acordo com matéria publicada hoje (12), no jornal Correio do Estado

 

Somente no primeiro semestre do ano, foram 5.447 partos envolvendo mães com idade entre 10 e 20 anos, de um total de 19.592 partos no mesmo período. Além do risco à saúde da mãe, a gravidez na adolescência causa outros problemas. Principalmente, porque o medo da reação da família faz com que, no início, a mãe esconda a gravidez. Com isso, ela também demora a procurar acompanhamento médico durante a gestação (pré-natal). “A gravidez na adolescência traz mais problemas devido ao início do pré-natal tardio do que por se dar numa fase precoce da vida reprodutiva”, alerta a gerente-técnica do Programa Municipal de Saúde do Adolescente, Eliane Espíndola.

De acordo com ela, com a demora na procura pelos serviços de saúde, a gestante não recebe a orientação quanto aos cuidados necessários para uma gestação saudável. E isso é fundamental para a mãe que, devido à pouca idade, corre maior risco de parto pré-maturo, infecção urinária ou vaginal, convulsões e anemia. “Os riscos podem ser amplamente amenizados ou evitados com um bom acompanhamento pré-natal”, diz Eliane. A reportagem é de Rafael Bueno.