Outro dia em meio a corredores mais familiares à ‘economistas’ femininas, ‘doutoras’ dona de casa, me surpreendi no supermercado. Não, nada com preços altos ou baixos. Foi com uma simpática senhora usando Bóbis. Isso mesmo, os velhos bóbis. Fiquei a imaginar, admirado, a coragem e a ousadia daquela mulher querendo enrolar o cabelo em plena ditadura da chapinha. Pensei…ela é uma verdadeira transgressora.
No entanto, muito mais do que representar o símbolo da resistência, aquela senhora me deu passagem para uns 30 e poucos anos atrás. De repente me vi no colo de minha mãe, encarando seus olhos esverdeados e acariciando, curioso, seus coloridos Bóbis. Um luxo. Ela nunca foi chapada, nem na barriga, muito menos na mente. Ao menos não me lembro! Imagine o cabelo então?!! Mas era ousada à época.
Na verdade, recorri a esses fatos – passado e presente -, para falar das mulheres, sua importância, suas transgressões e ousadias revolucionárias. Sempre provocantes; cada qual a seu estilo, quebrando paradigmas. Isso por que são do sexo frágil hein!! Mulher mãe, profissional, menina, guria, moleca, filha, esposa, titia, irmã, avó, amiga, todas elas conjugadas por nós em todos os tempos verbais: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais e eles amam!! Quem não ama ou nunca amou uma?! Impossível!
São possuidoras de menos músculos, mas muito mais força. Às vezes menos tempo, mas bem mais espaço pra nós. Não raramente destroem nossos gritos e momentos intempestivos com um olhar silencioso e fatal. Elas têm Dia Internacional, mas é necessário e essencial que lhes contemplemos todos os dias do ano; e que mesmo integrando comemoração planetária, merecem ser valorizadas local e cotidianamente, para que entendam de sua grandiosidade universal.
Ensinam-nos muito na firmeza e nas lágrimas; no carinho muitas vezes acompanhado de broncas, e na determinação e ousadia que andam tão escassas para muito sexo masculino. O dito mais forte. Medo e atrevimento parecem que nunca foram cúmplices dessas almas sensíveis e determinadas, encantadoras, abençoadas com uma incrível aguceis em todos os infinitos sentidos. E como se não bastasse tudo isso, ainda são produtoras e geradoras de nós. Até ajudamos no projeto, no planejamento, mas a fábrica jamais será nossa!! Uma grande frustração! Mas, pensemos positivo, afinal também somos produtos delas!! Que ELAS tenham a benção de todos os deuses e continuem com o dom da vida. (Josyel Carvalho)
(Homenagem a minha estrela-mãe Everiana, que neste dia 9 de agosto estaria aniversariando! Saudades!!)